Leigos oferecem retiros espirituais em prisões do Texas
“Após o retiro, observamos um aumento significativo na participação das missas, inscrições no programa de Iniciação Cristã de Adultos na prisão e um número maior de homens recebendo os sacramentos pela primeira vez”.
Redação (21/02/2024 09:32, Gaudium Press) Jerry Trzeciak dirige diversos retiros espirituais, mas o local onde ele os realiza e os participantes são bastante singulares.
Nos últimos anos, Trzeciak tem trabalhado como voluntário na Unidade Jim Ferguson, do Departamento de Correções do Texas, localizado em Midway, Texas, com capacidade para mais de 2.000 homens, abrigando principalmente aqueles que são violentos e membros de gangues.
Trabalhando com um grupo católico leigo chamado Kolbe Prison Ministries (KPM), Trzeciak e seus colegas voluntários são autorizados a entrar nas prisões para conduzir retiros de três dias para os detentos, normalmente cerca de 66 por retiro. Os voluntários compartilham sua fé em conversas, oram com homens e mulheres encarcerados e é dada a oportunidade de participar de missas ou serviços de comunhão. Após a término do retiro presencial, os voluntários podem oferecer aos detentos educação continuada, incluindo estudos bíblicos.
Uma doação valiosa
O trabalho do KPM e Trzeciak tem sido fortalecido nos últimos anos por uma significativa doação de materiais de estudo da Ascension, uma editora católica sediada na Pensilvânia.
“O retiro sempre é bem recebido e é surpreendente ver não apenas o crescimento do ministério, mas também o crescimento e testemunho de como o Espírito Santo atua”, contou Trzeciak, um profissional aposentado de vendas e marketing e paroquiano da paróquia de Santo Antônio de Pádua, perto de Houston.
As medidas de segurança nas prisões significam que a probabilidade de qualquer dano ocorrer a um voluntário do ministério prisional é muito baixa. Porém, a ideia de entrar em uma prisão de segurança máxima – ainda mais com a intenção de compartilhar Jesus com os detentos – pode ser intimidadora e requer algum tempo para se adaptar. A chave, diz Trzeciak, é chegar, na medida do possível, com uma atitude amorosa e sem preconceitos.
Talvez por ser uma missão desafiadora, os ministérios católicos em prisões nos Estados Unidos têm enfrentado dificuldades, ao longo dos anos, para atrair voluntários e garantir recursos financeiros suficientes para fornecer os materiais necessários para acender ou nutrir a fé de homens e mulheres que estão na prisão, após a saída dos voluntários.
Contudo, essa situação mudou em março de 2022, pelo menos no Texas, quando a editora católica Ascension se uniu à KPM para coordenar uma doação de US$ 338.000 em materiais de estudo bíblico relacionados à principal obra da Ascension, “The Bible Timeline: The Story of Salvation” (A Cronologia Bíblica: A História da Salvação) – um programa de 24 sessões, apresentado por Jeff Cavins. A Ascension é conhecida também por produzir o podcast “A Bíblia em um Ano” do Pe. Mike Schmitz.
A bem-sucedida doação proporcionou a participação de quase 400 detentos em estudos bíblicos sobre a “Cronologia Bíblica” em instalações no Texas e em outros estados. Trzeciak relatou que, antes da doação, eles já utilizavam a “Cronologia Bíblica” e observaram que o curso promovia um crescimento extraordinário na fé dos homens e mulheres encarcerados. Ele destacou o interesse dos presos em discutir questões de perdão, tanto em relação aos outros quanto a si mesmos.
“Vidas são transformadas, tanto para os encarcerados quanto para a equipe, não apenas através dos sacramentos, mas também através de corações compassivos, humildes e abertos”, enfatizou Trzeciak. “A transformação pode ser evidenciada por um simples abraço ou lágrimas derramadas que libera a beleza do perdão a si mesmo ou as graças concedidas pelo Espírito Santo no momento em que esses homens se entregam ao Senhor. Após o retiro, observamos um aumento significativo na participação das missas, inscrições no programa de Iniciação Cristã de Adultos na prisão e um número maior de homens recebendo os sacramentos pela primeira vez”.
Com informações da CNA e da Arquidiocese de Galveston-Houston
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