Jornalistas e meios de comunicação enfrentam prisão e multas altas por cobrir o caso do Cardeal Pell
18 Jornalistas e 12 meios de comunicação são acusados de violar um mandado de silêncio judicial.
Redação (11/11/2020 08:15, Gaudium Press) Alguns membros da mídia australiana estão sendo julgados. Motivo? Violação de uma ordem de silêncio emitida em relação ao processo contra o Cardeal George Pell, que havia sido acusado de abuso sexual de menores quando era arcebispo de Melbourne. O Cardeal foi condenado em primeira e segunda instâncias, mas foi definitivamente absolvido pela Suprema Corte da Austrália em abril passado.
No total, são 18 membros da equipe de mídia e 12 organizações de mídia que podem enfrentar medidas penais: fiscais com elevadas multas ou prisão. Os processos se encontram no Supremo Tribunal do Estado de Victoria.
A ordem do silêncio
A negação da cobertura da mídia no caso Pell foi estabelecida pelo Tribunal do Condado de Victoria em junho de 2018. Lembremos que o caso Pell foi reprovado em primeira instância em dezembro de 2018. A sentença foi de 6 anos de prisão, dos quais o purpurado cumpriu 13 meses. Após esta primeira instância, a defesa do Cardeal recorreu – recurso que foi negado pela Suprema Corte de Victoria – mas foi finalmente concedido pela Suprema Corte australiana.
É claro que a mídia australiana não viu com bons olhos o que considerava uma “ordem de mordaça” que estava em vigor em todo o território australiano. Ainda mais quando viram a mídia internacional, noticiando amplamente fora do país, um caso que suscitava grande interesse global.
Em 11 de dezembro de 2018, o The Daily Beast, um meio de comunicação americano, informou pela primeira vez que um júri havia chegado a um veredicto unânime de culpa contra o Cardeal.
O jornal australiano The Herald Sun publicou um artigo de capa em 12 de dezembro de 2018 sob o título “CENSURADO” que dizia que “o mundo está lendo uma história muito importante que é relevante para os vitorianos”. “O The Herald Sun não pode publicar detalhes desta notícia importante”, dizia a manchete. “Mas acredite, é uma história que merece ser lida.”
Os fiscais asseguram que esse tipo de cobertura equivale a dar apoio à mídia estrangeira em caso de desacato ao tribunal.
Outro processado é o locutor de rádio de Sydney, Chris Smith, que incentivou seu público a “entrar no google e começar a fazer estas perguntas: Australiano de alto perfil, reputação mundial, condenado por um crime terrível – e você vai descobrir quem é”.
Alex Lavelle, ex-editor do jornal The Age, também está sendo acusado por um artigo que se referia enigmaticamente a “uma figura de alto perfil” que foi “condenado por um grave delito”. Lavelle explicou em um e-mail, agora usado como prova, que sua intenção era dar uma explicação sobre o porquê do jornal não relatar a história.
As sanções podem chegar até cinco anos de prisão e multas de até $ 100.000 dólares australianos (US$ 71.000) para pessoas físicas e quase $ 500.000 dólares australianos para empresas.
O julgamento está sendo desenvolvido virtualmente e sem júri, devido às medidas anti-Covid, e pode durar de duas a três semanas.
Com informações da CNA
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