Itália: água sanitária nas galhetas de água e vinho usadas na missa
Tentaram envenenar o pároco da Igreja de San Nicola di Pannaconi, um crítico da máfia, misturando água sanitária nas galhetas de vinho e água destinadas à missa.
Redação (26/02/2024 11:48, Gaudium Press) A tentativa de envenenamento ocorreu durante a missa da tarde de sábado, 24 de fevereiro, na Igreja de San Nicola di Pannaconi, uma aldeia de Cessaniti, na província de Vibo Valentia, no sul da Itália.
Antes da Celebração Eucarística, alguém misturou água sanitária nas galhetas com água e vinho que seriam usadas na consagração. Depois da consagração, no momento em que levou o cálice à boca, o Pe. Felice Palamara sentiu um odor estranho que o fez parar de beber, e logo começou a se sentir mal. O pároco, então, interrompeu a missa dizendo aos fiéis que não se sentia bem e chamou os carabineiros (polícia). As análises confirmaram, então, a presença de água sanitária nas galhetas.
A polícia está investigando o ocorrido e examinando as imagens das câmeras da região para tentar identificar os responsáveis pela tentativa de envenenamento.
Não é a primeira vez que Dom Palamara recebe ameaças, porém, ele acredita que não é obra de seus paroquianos, com os quais mantém uma relação de afeto e confiança há dez anos.
A cidade em que reside este sacerdote está atualmente sob administração de um comissário da prefeitura já que o prefeito renunciou, em agosto passado, após a descoberta de possível influência da máfia na gestão municipal.
Nos últimos meses, o Pe. Felice Palamara, conhecido pelas suas atitudes contra a máfia, tem sido alvo de ameaças. Recentemente, ele recebeu cartas ameaçadoras e seu carro estacionado próximo à igreja foi incendiado. O sacerdote, que também tem um problema cardíaco e sofre de asma, espera que a justiça seja feita. Suas mensagens, no entanto, são sempre caracterizadas pela fé. “Minha vingança se chama amor; meu escudo, perdão; minha misericórdia, armadura”, escreveu nas redes sociais.
O bispo da diocese de Mileto-Nicotera-Tropea, Dom Attilio Nostro, também falou sobre o incidente: “Apelo mais uma vez às comunidades cristãs para que não se deixem desanimar por essa linguagem de violência. Não devemos ceder a essa lógica, deixando-nos tentar pelo desânimo e pela raiva”.
Tudo indica que a tentativa de envenenamento tenha conexão com o crime organizado vinculado à máfia.
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