Irmã Marcella Catozza alerta sobre a situação “apocalíptica” no Haiti
A situação é assustadora, comentou Ir. Marcella Catozza, uma franciscana que há anos se dedica a atividades pastorais e de caridade no Haiti.
Redação (07/03/2024 09:37, Gaudium Press) A Agência Fides traz uma entrevista com Irmã Marcella Catozza, religiosa da ordem franciscana, que há anos se dedica ao trabalho apostólico no Haiti e que não hesita em declarar que a situação lá é realmente alarmante.
“As gangues tomaram todos os aeroportos do país para prender o primeiro-ministro Ariel Henry, que voltava de Nairóbi, onde assinou o acordo para o envio de uma força policial queniana ao Haiti. As gangues atacaram vários edifícios públicos, incluindo prisões, e hospitais privados, como o hospital católico “São Francisco de Sales”, em Porto Príncipe. Ariel Henry ainda não conseguiu retornar ao país devido à falta de condições de segurança necessárias.
“O fato que deve ser ressaltado é que essas quadrilhas que, até a quinta-feira passada se matavam, na sexta-feira, se uniram para atacar as instituições”, comenta Ir. Marcella. Foi o líder do grupo G9, Jimmy Chérizier, conhecido como “Barbecue”, quem lançou o apelo à unidade entre as gangues”, explica a religiosa.
“Mas não acho que ‘Barbecue’ seja o mentor de tudo isso. Há uma mente política, talvez a mesma que contratou o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021”, acrescenta Ir. Marcella. “É preciso levar em conta que as quadrilhas são equipadas com armas e meios sofisticados, sem falar nos facões; eles têm até drones para monitorar os movimentos da polícia, a qual parece incapaz de detê-los”.
Quem poderia ter interesse em desestabilizar o Haiti? “Neste momento, só podemos construir hipóteses”, continua a religiosa. “Já faz algum tempo que há pelo menos cinco cartéis mexicanos de drogas no país. É possível que queiram fazer do Haiti uma ‘terra de ninguém’ para facilitar o envio de cocaína para a América do Norte e a Europa. Estando no centro do Caribe, o Haiti é um lugar estratégico para o tráfico da cocaína da Colômbia e do México com destino aos lucrativos mercados do Ocidente”, afirma a religiosa.
“Enfim, corre um boato sobre o possível envolvimento do ex-presidente Aristide, que retornou ao Haiti em 2010. Mas repito que é só um boato”, conclui.
Com informações Agenzia Fides
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