Iraniano convertido ao Cristianismo tem pedido de asilo negado pela Alemanha
Um iraniano que se converteu ao cristianismo teve o pedido de asilo negado pelas autoridades alemãs. Agora, ele corre o risco de deportação e de encarceramento em seu país natal
Redação (16/08/2022 10:55, Gaudium Press) Um homem iraniano de 44 anos de idade que se converteu ao Cristianismo teve o pedido de asilo negado pelas autoridades da Alemanha.
A Corte europeia dos direitos humanos negou a tentativa de apelação da decisão do convertido iraniano que alegou o direito à liberdade de religião.
O homem que tem sua identidade preservada está registrado no processo como HH ou como “Hassan”. Hassan era muçulmano, no Irã, mas teve que fugir com sua família após se converter.
Ele iniciou o pedido de asilo em 2018 e declarou diante das autoridades federais para a imigração que ele se converteu graças a seu cunhado.
Convertido graças ao cunhado
HH tomou contato com a religião cristã através do irmão de sua esposa que havia se convertido ao cristianismo.
Um dia, o cunhado disse que tinha um tesouro para mostrar: “Há um tesouro, há um Deus vivo, Jesus Cristo, somos seus filhos e não seus escravos… Ele disse que há salvação gratuita disponível”, explicou HH, durante o processo.
Perseguição religiosa e exílio
Por fim, a família toda se converteu à fé cristã. Quando foram descobertos, a casa de HH foi invadida e as autoridades confiscaram os documentos, o computador e a Bíblia da família.
Foi então que eles fugiram. Primeiramente foram para a Turquia e depois viajaram até a Alemanha, onde solicitaram asilo.
O cunhado, por sua vez, foi detido no Irã por propagar o Cristianismo e foi morto por continuar a praticar a religião dentro da prisão.
“Meu maior objetivo é que meus filhos possam encontrar o Cristo na liberdade e praticar o bem”, declarou Hassan.
Pedido de asilo negado e risco de prisão
Quando o pedido de asilo foi negado pelas autoridades alemãs, HH tentou recorrer da decisão diante do tribunal administrativo.
Porém, o pedido de Hassan foi negado por falta de credibilidade. Segundo o entender do tribunal é pouco provável que um muçulmano decida se converter ao Cristianismo depois que seu cunhado foi torturado e morto.
Na semana passada, a Corte europeia dos Direitos Humanos recusou-se a ouvir os argumentos de defesa de HH.
O iraniano agora corre o risco de ser deportado ao país de origem, onde a conversão ao cristianismo pode ser punida com o encarceramento.
Pedidos negados pelas autoridades alemãs e perseguição no Irã
A ONU prevê diretrizes especiais para o pedido de asilo baseado em questões religiosas, mas as orientações são utilizadas de maneira muito seletiva na Alemanha.
As autoridades da Alemanha não consideram o país de origem da pessoa nem o contexto da situação, explicou Lidia Rieder, jurista da ADF Internacional, associação de advogados e juristas especializados em defender cristãos ao redor do mundo.
Ora, “O Irã é um dos países mais perigosos do mundo para os cristãos, e os convertidos estão particularmente em risco. No ano passado, a perseguição religiosa agravou-se consideravelmente”, continuou Rieder.
Por isso, “os tribunais alemães devem levar isso em consideração ao processar pedidos de asilo”, concluiu a jurista.
Com efeito, o Irã está classificado entre os 10 piores países para se viver como cristão. A perseguição religiosa é considerada “extrema” segundo a World Watch List da Portas Abertas (Open Doors, em inglês). (FM)
Com informações de AFD Internacional.
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