Igreja na Nigéria decide não pagar resgate em caso de sequestros de sacerdotes e religiosos
A decisão foi tomada diante do triste panorama de perseguição religiosa vivido no país, tendo como objetivo não alimentar esse mercado macabro de recompensas.
Nigéria – Abuja (02/02/2021 16:30, Gaudium Press) Em entrevista à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, o Arcebispo de Abuja, Dom Ignatius Ayau Kaigama, ressaltou que na infelicidade de um possível novo sequestro de Sacerdote, Bispo ou Freira, a Igreja Católica não pagará nenhum tipo de resgate.
A decisão foi tomada diante do triste panorama de perseguição religiosa vivido no país, tendo como objetivo não alimentar esse mercado macabro de recompensas em troca de vidas de religiosos e religiosas.
Sequestros de religiosos são motivados por dinheiro e fundamentalismo religioso
Segundo o prelado, os sequestros no país têm vários motivos. Alguns são por fins econômicos, nos quais os criminosos procuram dinheiro fácil; outros estão ligados ao fundamentalismo religioso, nos quais se procura expandir o domínio territorial exterminando os considerados infiéis.
Além disso, o Arcebispo destaca que estes bandidos sabem que, ao atacar um sacerdote ou uma freira católica, a chance de que o caso repercuta é maior e dessa forma podem pressionar o governo a atender suas reivindicações.
Dom Kaigama afirma que a situação de perseguição religiosa na qual a Nigéria vive pode ser definida como “uma doença que está se espalhando sem que seja feito nenhum esforço significativo para combatê-la. Há uma necessidade urgente de que o governo nigeriano enfrente a situação, treinando os agentes de segurança para agir com mais eficácia”.
Casos mais recentes de sequestro de religiosos católicos na Nigéria
No dia 15 de janeiro, o Padre John Gbakaan, sacerdote da Diocese de Minna, foi sequestrado e morto no dia seguinte; em 27 de dezembro, pela primeira vez na história da Igreja Católica na Nigéria, um Bispo, Dom Moses Chikwe, auxiliar da Arquidiocese de Owerri, foi sequestrado por homens armados e retido por alguns dias. No dia 15 de dezembro foi sequestrado o Padre Valentine Ezeagu, sacerdote da Congregação dos Filhos de Maria Mãe da Piedade, libertado 36 horas mais tarde; no dia 22 de novembro, o Padre Matthew Dajo, da Arquidiocese de Abuja, foi retirado de sua casa paroquial e libertado após dez dias de cativeiro. (EPC)
Deixe seu comentário