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Houve um pequeno Pentecostes no conclave?

Os purpurados tentam explicar a rapidez do conclave e se mostram muito tocados com as graças que ali sentiram.

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Redação (13/05/2025 17:18, Gaudium Press) Diversas fontes confiáveis relataram que algo especial aconteceu no conclave, uma forte intervenção sobrenatural, que levou a um rápido consenso em torno da candidatura do Cardeal Prevost. Vários cardeais declararam que o conclave se desenrolou com grande serenidade, silêncio, espiritualidade e espírito de oração. Mas também houve algumas manifestações “misteriosas” de como os votos se concentraram massivamente a favor do Cardeal Prevost na quarta votação, como relatou o Cardeal sul-coreano Lazarus You Heung-sik.

Por exemplo, o Cardeal Jean-Paul Vesco, Arcebispo de Argel, em declarações à BFMTV, veiculadas em 10 de maio, afirmou que conheceu o Cardeal Prevost nas Congregações Gerais, onde teve “a oportunidade de descobrir essa personalidade simples, humilde, direta e franca”. Após a eleição de Leão XIV, ele teve duas trocas de ideias com o novo Papa.

A jornalista que entrevistava o Cardeal de Argel lembra que, antes do conclave, ele lhe havia dito que estava “muito sereno e que [achava que] o consenso se manifestaria de forma bastante rápida. O senhor foi um pouco visionário […]”, pois a eleição foi rápida. Mas, não houve dúvidas?

Em resposta à observação acima, o Cardeal declara que “não havia motivos para ter dúvidas porque não tinha informações. Era uma questão de intuição, e essa rapidez nos surpreendeu a nós mesmos. Foi algo que passou por nós, mas que também foi muito além de nós. Veja, ontem poderíamos ainda estar no conclave, se estivéssemos na lógica humana, tentando mover as peças. Mas, de repente, misteriosamente, chegou-se a um consenso, pronto!, um voto após o outro, sem que houvesse uma palavra trocada, sem sequer a possibilidade de uma palavra, e tampouco diretrizes de voto. E isso nos surpreendeu. E o que mais nos surpreendeu foi a profunda alegria que estava em nossos corações, em todos nós, em todos”, frisou o Cardeal Vesco.

Outro jornalista, por sua vez, deseja se aprofundar nas lembranças do cardeal sobre o conclave, impressionado com “o tempo recorde” em que a eleição ocorreu:

“A diversidade se manifestou de maneira significativa na primeira votação, pois esta serve para esse propósito. Bem, não é trair um segredo imaginar que, de fato, durante as Congregações, todos os cardeais se expressam. Ouve-se uma grande diversidade de possíveis candidatos. Houve um jogo extremamente aberto. Não havia um que realmente se destacasse ao final das Congregações [Gerais]. E então ela se expressou [a diversidade], e no dia seguinte, muito rapidamente, houve obviamente um estreitamento, em suma, isso era normal. E então esse mistério, a sensação de que é isso mesmo, que todos estavam ligados ao mesmo”.

Nessa mesma linha, expressaram-se o Cardeal Thomas Collins, Arcebispo Emérito de Toronto, o Cardeal Gérald Cyprien Lacroix, Arcebispo de Quebec, e o Cardeal Frank Leo, Arcebispo de Toronto, em declarações ao Global News há três dias:

“É uma experiência profundamente comovente, muito espiritual. É uma oração. Basicamente, quando fomos até a Capela Sistina, com o cântico da ladainha de todos os santos…”, disse o Cardeal Collins.

“Fiquei muito, muito tocado, muito emocionado”, comentou o Cardeal Lacroix, que participou de um conclave pela primeira vez, “e é uma grande responsabilidade. Mas é uma coisa que eu abordei em oração, perguntando ao Senhor quem sou eu para ser um dos 133 que  elegeriam o Papa, quem sou eu? (…) Nos dias em que tivemos as Congregações Gerais, em que ouvimos uns aos outros, foi metade do dia de cada vez, por 10 ou 11 vezes. Mas na outra metade do dia, podíamos ficar em silêncio se quiséssemos ou compartilhar com os outros. Passei muito tempo na capela rezando e ouvindo. Eu não tinha ideia em quem votaria. Não tinha vindo com um candidato em mente. Eu queria escutar e foi isso que fiz. E finalmente, bem, as coisas foram acontecendo e eu me vi em posição de votar naquele que eu achava ser o candidato que o Senhor queria. Portanto, é uma experiência muito emocionante, mas também é uma experiência de fraternidade entre nós. Tantas culturas, idiomas, países, situações tão diferentes […] E pudemos estar juntos, com nossos corações em paz, em harmonia, respeitando a maneira de ver as coisas de cada um e nos unindo rapidamente. Elegemos o Papa em menos de 24 horas; isso já diz alguma coisa. Essa é uma grande declaração de como fomos capazes de escutar juntos o desejo de Deus, do Espírito Santo, e usando nossa inteligência e o que ouvimos, tomamos uma decisão e chegamos [a ela] juntos”, observou o cardeal canadense de Quebec.

De fato, isso confirma o que o cardeal filipino Paul Virgilio David comentou: no final da eleição, houve uma aclamação geral com todos de pé. E concluiu: “Estávamos todos com lágrimas nos olhos”. Mais uma vez, ficou provado que o Espírito Santo sopra onde quer (Jo 3, 8) e distribui Seus dons como deseja (1 Co 12, 11).

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