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Futuro cardeal português responde às críticas por declarações sobre JMJ

“A JMJ é um convite a todos os jovens do mundo para experimentarem Deus”, declara agora Dom Américo Manuel Alves Aguiar.

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Redação (12/07/2023 17:47, Gaudium Press) Dom Américo Manuel Alves Aguiar, Bispo Auxiliar de Lisboa, respondeu às críticas, pedidos de esclarecimento e comentários sobre suas polêmicas declarações à RTP, onde disse que não queria levar os jovens a Cristo e à Igreja na Jornada Mundial da Juventude.

Dom Américo Aguiar explicou à ACI Digital que “a JMJ é um convite a todos os jovens do mundo para experimentarem Deus. Essas são minhas convicções que sustentam a frase citada por você e, naturalmente, tirada de contexto de uma longa entrevista”, disse ele na entrevista.

Os trechos polêmicos do bispo auxiliar foram reproduzidos por diversos meios de comunicação católicos, e não se tratava de uma “frase”, mas de vários parágrafos, onde parece que o Bispo expressa seu pensamento de forma clara e ampla.

Esclarecimentos

Dom Aguiar aclarou o seu pensamento dizendo que “A JMJ nunca foi, não é, nem deverá ser um evento para proselitismos, antes pelo contrário, é, e deve ser sempre, uma oportunidade para nos conhecermos e respeitarmos como irmãos”.

Segundo ele, “a Igreja não impõe, propõe. Que bom estarmos todos disponíveis para dar testemunho de Cristo Vivo e confiar na transformação que só Cristo Vivo consegue operar nas nossas vidas”, ressaltando que “a conversão acontece pelo testemunho, não pela imposição. A conversão acontece no coração, não na razão. Porque assente no mistério maior da Encarnação e na Ressurreição. Falamos de Deus, anunciamos o Filho, experienciamos o Espírito. E todos podemos ser, somos e procuramos ser os discípulos de Jesus que nos continua a dizer para anunciarmos a Sua Palavra, para darmos testemunho do Seu Amor por todos”.

“Falar de Cristo é anunciar o Evangelho e anunciar o Evangelho é falar de Cristo. Cada JMJ é um imenso campo, em que é lançada a semente. A semente da Palavra, do testemunho, da alegria, da paz, do encontro, da reconciliação… Acreditamos que a terra é boa e a semente dará fruto”, concluiu.

De fato, em muitos ambientes há uma discussão aberta sobre o que é proselitismo, deplorado pelo Papa Francisco, e as diferenças entre evangelização, apostolado, etc. É claro que o proselitismo não pode ser o anúncio de Cristo e do seu Evangelho, porque senão estaríamos traindo o mandamento de Jesus de anunciar a Boa-Nova a todos os homens.

Ora, nas declarações à ACI Digital acima referidas, Dom Alves Aguiar manifesta a necessidade de “falar de Cristo” e “anunciar o Evangelho”, assim, parece que o proselitismo criticado pelo Pontífice seria apenas aquele que procura impor o Evangelho com violência, algo que na prática, no mundo de hoje, parece ser muito escasso, entre outras razões, porque poderia ser penalizado pelas diversas legislações.

Enfim, como é um evento católico, Dom Alves Aguiar afirma agora que a JMJ não fecha as portas para a “conversão”, baseada nos mistérios da Encarnação e Ressurreição de Jesus, no anúncio da Trindade.

De qualquer forma, Dom Alves Aguiar deve reconhecer que a mídia também presta um serviço a ele, permitindo que ele esclareça seus pensamentos após declarações que um grande número de pessoas descreveu como confusas. (SCM)

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