Francisco preside funeral do Papa emérito Bento XVI
Seguindo o protocolo de um Papa reinante, a cerimônia de funeral de Bento XVI contou apenas com algumas modificações.
Cidade do Vaticano (03/01/2023 10:46, Gaudium Press) Na manhã desta quinta-feira, 5, o Papa Francisco presidiu o funeral do Papa emérito Bento XVI. A cerimônia de exéquias ocorreu durante uma Santa Missa Solene celebrada na praça de São Pedro no Vaticano, onde se reuniram milhares de fiéis provenientes de todo o mundo.
Cerimônia simples e solene
Segundo estimativas da Santa Sé, por volta de 50 mil pessoas participaram do funeral do pontífice emérito, entre as quais encontravam-se inúmeras autoridades e chefes de Estado. O Cardeal-decano Giovanni Battista Re celebrou do altar, junto do Papa Francisco. Mais de 120 Cardeais, 400 Bispos e quase quatro mil sacerdotes concelebraram a Missa.
Seguindo o protocolo de um Papa reinante, a cerimônia de funeral de Bento XVI contou apenas com algumas modificações. Atendendo ao pedido do Pontífice emérito, a celebração foi simples, apesar de toda a solenidade do momento. O caixão de madeira que abrigava o corpo do falecido Papa foi depositado diante do altar e sobre ele se colocou o Evangelho aberto.
O pastoreio de Bento XVI segundo o Papa Francisco
Em sua homilia, o Papa Francisco comentou as últimas palavras ditas por Nosso Senhor Jesus Cristo na cruz: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’. “São as últimas palavras que o Senhor pronunciou na cruz; quase poderíamos dizer, o seu último suspiro, capaz de confirmar aquilo que caracterizou toda a sua vida: uma entrega contínua nas mãos de seu Pai. Mãos de perdão e compaixão, de cura e misericórdia, mãos de unção e bênção”.
O Santo Padre tratou ainda sobre o pastoreio de Bento XVI, utilizando como referência textos do próprio Papa emérito (a Encíclica “Deus caritas est”, a homilia na Missa Crismal de 2006 e a missa do início do seu pontificado). Segundo Francisco, o Papa emérito se deixou cinzelar pela vontade do Pai, carregando aos ombros todas as consequências e dificuldades do Evangelho até ao ponto de ver as suas mãos chagadas por amor. Até ao ponto de fazer palpitar no próprio coração os mesmos sentimentos de Cristo Jesus de dedicação agradecida, orante e sustentada pela consolação do Espírito.
Dedicação agradecida, orante e sustentada pela consolação do Espírito
“Dedicação agradecida feita de serviço ao Senhor e ao seu Povo que nasce da certeza de se ter recebido um dom totalmente gratuito. Dedicação orante, que se plasma e aperfeiçoa silenciosamente por entre as encruzilhadas e contradições que o pastor deve enfrentar e o esperançado convite a apascentar o rebanho. Como o Mestre, carrega sobre os ombros a canseira da intercessão e o desgaste da unção pelo seu povo, especialmente onde a bondade é contrastada e os irmãos veem ameaçada a sua dignidade. Dedicação sustentada pela consolação do Espírito, que sempre o precede na missão e transparece na paixão de comunicar a beleza e a alegria do Evangelho”.
“Também nós, firmemente unidos às últimas palavras do Senhor e ao testemunho que marcou a sua vida, queremos, como comunidade eclesial, seguir as suas pegadas e confiar o nosso irmão às mãos do Pai: que estas mãos misericordiosas encontrem a sua lâmpada acesa com o azeite do Evangelho, que ele difundiu e testemunhou durante a sua vida. Queremos dizer juntos: «Pai, nas tuas mãos entregamos o seu espírito». Bento, fiel amigo do Esposo, que a tua alegria seja perfeita escutando definitivamente e para sempre a sua voz!”, concluiu. (EPC)
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