França: presidente quer classificar mais edifícios religiosos como monumentos históricos
Emmanuel Macron aproveitou uma viagem ao Monte Saint-Michel, cuja abadia completa 1000 anos este ano, para anunciar que quer restaurar a “modesta herança religiosa” da França.
Redação (06/06/2023 17:09, Gaudium Press) A França tem cerca de 50.000 edifícios religiosos, sendo 42.000 católicos, mas apenas 10.500 são protegidos como monumentos históricos, segundo um censo ainda incompleto. Essa classificação permite que eles se beneficiem de auxílios do Ministério da Cultura. De acordo com a lei de 1905, a restauração do patrimônio religioso é de responsabilidade dos municípios, mas muitos municípios das áreas rurais não têm meios para realizar essas obras de reparo.
Para facilitar a preservação do “patrimônio religioso desprotegido das cidades com menos de 10.000 habitantes”, o presidente francês Emmanuel Macron, durante uma viagem ao Monte Saint-Michel para celebrar o milênio desta famosa abadia, na Normandia, declarou que vai pedir aos seus ministros da Cultura e da Administração Interna que lhe apresentem um inventário “mais claro” da situação.
“Além disso, o Ministério da Cultura vai levar a cabo uma campanha de registro ou classificação como monumentos históricos os edifícios religiosos construídos em particular nos séculos XIX e XX, cujo interesse patrimonial o justifique, tendo em conta um conjunto de critérios históricos, artísticos, científicos e técnicos”, acrescentou um comunicado do governo.
O chefe de Estado também tem em mente a generosidade demonstrada pelas muitas doações coletadas após o incêndio da Catedral Notre-Dame de Paris. Os doadores podem se beneficiar de uma dedução fiscal excepcional.
Este anúncio foi bem recebido por Edouard de Lamaze, presidente do Observatório do Patrimônio Religioso: “Esta é uma ótima notícia. Esta é a luta que travamos há mais de 15 anos. Grande parte desse patrimônio data do século XIX e é erroneamente denunciado por parte da população”, explica. É o caso da ex-ministra da Cultura Roselyne Bachelot, que diversas vezes afirmou que parte do “patrimônio religioso do século XIX não tinha grande interesse”. A ex-ministra chegou a sugerir “demolir” alguns desses locais de culto, ou deixar o financiamento das restaurações para pessoas físicas.
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