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França: prefeito de Béziers condenado oito vezes por montar um presépio

Robert Ménard, prefeito de Béziers, se manifesta contra os “aiatolás do laicismo”.

Fotos: Ville de Béziers/ Facebook

Fotos: Ville de Béziers/ Facebook

Redação (16/12/2025 14:08, Gaudium Press) Em um tempo em que manifestar a fé na esfera pública pode ser visto como provocação, alguns governantes ainda ousam preservar as tradições que moldaram a identidade da Europa. Inspirados pelo amor ao Menino Jesus, eles resistem à pressão para apagar vestígios cristãos. Enquanto alguns são aplaudidos por remover símbolos religiosos, outros, como Robert Ménard, prefeito de Béziers, na França, enfrentam condenações repetidas por defender o coração do Natal: o presépio.

Desde 2014, Ménard já foi condenado oito vezes por instalar um presépio na prefeitura. Este ano, apesar das pressões e ameaças de novos processos, ele manteve a tradição, inaugurando o presépio no dia 29 de novembro, na Prefeitura.

Ménard defendeu com convicção: “Não se trata de propaganda religiosa, mas de uma expressão da nossa história, das nossas raízes e da nossa identidade”. Ele enfatizou que a apresentação do presépio não é proselitismo, mas reflete a cultura local, atraindo mais de 20.000 visitantes por ano, incluindo famílias de diversas confissões em busca de um símbolo de paz.

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O gesto desencadeou uma tempestade política. O Tribunal Administrativo de Montpellier rejeitou, em 4 e 9 de dezembro, os pedidos urgentes para remover o presépio, afirmando que a instalação “não constitui uma violação grave e imediata das liberdades fundamentais”. Para os defensores rigorosos da laicidade, baseada na lei de 1905 que separa Igreja e Estado, isso representa uma brecha inaceitável.

A tensão culminou nas ruas: no dia da inauguração, a Liga dos Direitos Humanos (LDH) convocou uma manifestação em frente à prefeitura, com cerca de uma centena de participantes exigindo a retirada do presépio para locais exclusivamente religiosos.

Jean-Paul Palmade, presidente local da LDH, declarou: “Não queremos presépios em edifícios públicos. Eles devem ficar em locais religiosos”. Do outro lado, centenas de apoiadores aplaudiram a iniciativa, vendo nela uma afirmação de identidade cultural.

Ménard qualificou os opositores como “os verdadeiros fanáticos, os aiatolás do laicismo”, insistindo que a controvérsia é mais política do que religiosa, motivada por estratégias eleitorais. “Há um punhado de pessoas que fazem alarde porque estão em campanha eleitoral”, ironizou.

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Enquanto o presépio permanece sereno, com o Menino Jesus deitado na palha, como há mais de dois mil anos, este episódio levanta uma questão profunda: por que a sociedade se sente ameaçada por uma simples representação do Nascimento do Menino Deus?

Em Béziers, esta ação do prefeito simboliza não apenas a defesa de uma tradição, mas a resistência diante da intolerância disfarçada de neutralidade.

O portal Petições Católicas lançou uma campanha internacional de coleta de assinaturas em defesa do prefeito. “A pergunta é: o que nós, crentes, fizemos a vocês? Por que vocês odeiam tanto os símbolos cristãos? Por que essa perseguição é praticada apenas contra nossa religião?”, expressam os promotores da iniciativa, incentivando os fiéis a assinarem para apoiar aqueles que não se ajoelham diante da injustiça.

Com informações Religión en Libertad

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