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Feridas que redundam em glória

Não ser ferido é próprio daqueles que não lutam. Aqueles que se lançam com grande ímpeto contra o inimigo, é natural que vez por outra sejam atingidos por um golpe e caiam.

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Redação (13/09/2023 10:03, Gaudium Press) Um mercador não deixa de navegar por ter uma vez sofrido naufrágio e perdido a carga. Ele retorna ao mar, desafia as ondas e atravessa os oceanos, e acaba por recuperar a sua riqueza. E assim vemos também muitos atletas que, depois de grandes quedas, conseguiram ser coroados; e muitas vezes aconteceu que um soldado, que primeiro havia dado as costas ao inimigo, depois voltou atrás, lutou como um valente e venceu o inimigo. Muitos, por fim, que negaram a Cristo forçados pela violência dos tormentos retornaram depois ao combate e saíram deste mundo cingindo a coroa do martírio. Se cada um destes se tivesse deixado se tomar pelo desalento ao primeiro golpe, não teria alcançado os bens que alcançou mais tarde.

Assim também tu, não deves precipitar-te a ti mesmo no abismo só porque te afastaste um pouco do teu estado. Não. Resiste valorosamente e retorna depois ao lugar de onde saíste, e não tenhas por desonra teres um dia recebido esse golpe. Se visses um soldado que retorna ferido de guerra não o considerarias desonrado; desonra é lançar fora as armas e deixar o campo de batalha.

Não ser ferido é próprio daqueles que não lutam; mas aqueles que se lançam com grande ímpeto contra o inimigo, é natural que vez por outra sejam atingidos por um golpe e caiam.

Extraído, com algumas adaptações, de: ARRARÁS, Félix. João Crisóstomo: vida e martírio. São Paulo: Quadrante, 1993, p.17o.

 

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