Ex-secretário de Bento XVI, Dom Gänswein, será nomeado núncio?
Parece que, em breve, o “exílio” do secretário de Bento XVI em sua cidade natal, Freiburg, chegará ao fim.
Redação (13/04/2024 09:24, Gaudium Press) Aparentemente, o Papa Francisco escolheu um cargo para o secretário de Bento XVI, Dom Georg Gänswein, que reside em sua cidade natal, Freiburg, sem uma função específica.
Isso parecia improvável após as críticas feitas ao arcebispo alemão, expressas no livro O Sucessor, no qual Francisco considerou a publicação Nada além da Verdade – Minha Vida ao Lado de Bento XVI, de Dom Gänswein, “como falta de nobreza e humanidade”. O papa expressou sua profunda tristeza pelo fato de que, no dia do funeral [de Bento], fosse publicado um livro que o deixou perturbado, contando coisas que não são verdadeiras.
Ademais, Elisabetta Piqué, amiga do Papa, relata no La Nación que o secretário de Bento XVI será em breve nomeado núncio “em algum lugar do mundo”.
A nomeação, segundo Piqué, veio após uma audiência, em 31 de dezembro, quando Dom Gänswein comentou seu desconforto por não ter uma nomeação específica.
De fato, após a morte de Bento XVI, falou-se muito sobre uma possível nunciatura para o arcebispo, chegando a apontar Costa Rica como destino, país que ainda não tem núncio.
De qualquer forma as tensões com Dom Gänswein são anteriores à morte de Bento XVI e à publicação das suas memórias, e remontam ao início de 2020, durante uma polêmica, envolvendo o livro sobre o celibato do Cardeal Robert Sarah – Do fundo dos nossos corações – em coautoria com Bento XVI, que foi objeto de discussão e manifestava a firme opinião de Bento XVI sobre o celibato dos sacerdotes, em um momento em que alguns defendiam a abertura de porta ao casamento.
Após esses acontecimentos, Francisco solicitou que Dom Gänswein se licenciasse de seu cargo como chefe da Prefeitura da Casa Pontifícia.
“Fiquei chocado e sem palavras”, escreveu o arcebispo Gänswein quando soube da licença, pois havia sido deixado como um “meio prefeito”. De acordo com o prelado, as palavras exatas do Papa Francisco na época foram: “Você ainda permanece como prefeito, mas não voltará ao trabalho amanhã”.
O Vaticano ainda não se pronunciou sobre o destino de Dom Gänswein, cuja situação de exílio contrasta, por exemplo, com a do secretário de João Paulo II, o arcebispo Dziwisz, que foi nomeado arcebispo de Cracóvia e cardeal logo após a morte do papa polonês.
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