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Ex-ministra finlandesa processada por citar texto de São Paulo

Uma ex-ministra da Finlândia, Päivi Räsänen, está sendo processada por citar, no twitter, o apóstolo São Paulo e seus ensinamentos sobre a homossexualidade.

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Redação (17/02/2022 15:27, Gaudium Press) As autoridades finlandesas iniciaram uma investigação porque, em uma publicação de 2019, a ex-ministra questionou se sua igreja evangélica luterana se associaria a uma organização LGBT para a celebração do orgulho em seu país natal. E, nela, ela citou e publicou uma imagem da carta aos Romanos de São Paulo 1, versículos 24-27 e mostrando a natureza pecaminosa dos atos homossexuais:

“Por isso, Deus os entregou, dominados pelas paixões de seus corações, a tal impureza que eles desonram seus próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela falsidade, cultuando e servindo a criatura em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.

 Por tudo isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: tanto as mulheres substituíram a relação natural por uma relação antinatural, como também os homens abandonaram a relação sexual com a mulher e arderam de paixão uns pelos outros, praticando a torpeza homem com homem e recebendo em si mesmos a devida paga de seus desvios”.

Em abril de 2021, o procurador-geral da Finlândia apresentou essas alegações como acusações criminais contra a ré.

O desenvolvimento do julgamento chamou a atenção para a defesa da acusada devido ao profundo conteúdo e questionamento religioso que os magistrados realizaram da própria Bíblia em geral e do conteúdo da Carta de São Paulo.

Pense o que quiser, mas dentro da sua cabeça

Na última segunda-feira, ocorreu a segunda sessão do julgamento contra a deputada no Tribunal de Helsinque, e ali, a promotora Anu Mantila disse que embora Räsänen tenha liberdade de religião, isso não exclui sua responsabilidade no uso da Bíblia.

A procuradora disse que cada um pode pensar o que quiser, mas que a expressão da fé pode ser restringida: “Ressalto que a liberdade de pensamento e de consciência não tem restrições. Este tribunal não lida com opiniões religiosas sobre a Bíblia e homossexualidade. Trata-se da expressão desses pontos de vista”, ou seja, a fé está apenas na cabeça de cada um.

A promotora afirmou ainda que ao julgar os atos de um homossexual, a identidade do homossexual também é julgada.

Por sua vez, o advogado de Räsänen, Matti Sankamo, disse que para difamar e insultar é preciso ter a intenção de ofender e fazer acusações infundadas, o que não acontece no caso de Rasanen.

Para se enquadrar na categoria criminal, algo deveria ter sido feito, como divulgar informações, opiniões ou outra mensagem em que a violência ou a discriminação sejam consideradas desejáveis, que as pessoas sejam comparadas a animais ou parasitas e as minorias sejam geralmente descritas como criminosas. “É bastante claro que este não foi o caso nos escritos de Räsänen.”

Interferir neste tipo de debate, continuou o advogado, “levaria a um efeito silenciador, o que é um perigo para uma sociedade aberta e uma ordem democrática”.

Banir o cristianismo

Por sua vez, o advogado do bispo luterano Juhana Pohjola, que também está sendo indiciado, afirmou que “deve-se ter o direito de expressar sua opinião com base na Bíblia. Isso é liberdade religiosa”.

“A distinção entre o homem e seus atos é uma norma universal e um ensinamento cristão básico sobre a criação e a redenção”, declarou.

“Através de suas interpretações, a promotora pretende silenciar e criminalizar o ensino bíblico dos acusados e a ética sexual geral do cristianismo”.

“Aceitar a interpretação do promotor levaria à criminalização da confissão pública do cristianismo. Não é possível impor uma restrição tão profunda na esfera central da prática religiosa”, concluiu o advogado.

Em 30 de março, uma sentença será proferida.

Com informações Infocatólica.

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