Escócia: número de abortos bate um novo recorde
No ano passado, foram realizados quase 19 mil abortos na Escócia. O número médio de abortos realizados na Escócia aumentou 50% entre 2015 e 2024.
Redação (02/06/2025 11:31, Gaudium Press) As estatísticas sobre o aborto mostram que o número de abortos realizados na Escócia em 2024 foi o mais alto já registrado.
As estatísticas da Saúde Pública da Escócia mostram um aumento de 468 abortos, passando de 18.242 em 2023 para 18.710 em 2024.
A taxa de aborto por 1.000 mulheres com idades entre 15 e 44 anos aumentou de 17,5 em 2023 para 17,9 em 2024. Os números também mostram um aumento de 15,38% no número de bebês com síndrome de Down que foram abortados.
Houve também um aumento nos abortos repetidos, de 7.282 para 7.670. Em 2024, pouco menos de 41% dos abortos foram abortos repetidos.
“É uma grande tragédia que 18.710 vidas tenham sido perdidas devido ao aborto na Escócia, no ano passado, o maior número já registrado”, diz Catherine Robinson, porta-voz da Right To Life UK (Direito à Vida).
“Cada um desses abortos representa um fracasso da nossa sociedade em proteger a vida dos bebês no útero, e uma falha em oferecer apoio total às mulheres com gravidez não planejada.
O aumento dos abortos deveu-se também pela lei que permite abortos fora do ambiente clínico.
“Antes da disponibilização dos abortos domiciliares, um grande número de deputados, parlamentares e profissionais médicos alertaram sobre o impacto negativo que esses programas teriam sobre as mulheres”, diz Robinson.
“Desde então, vimos essas preocupações se confirmarem, com mulheres como Carla Foster que realizou um aborto em casa muito além do limite de 24 semanas, colocando sua saúde em sério risco. Se Carla Foster tivesse recebido uma consulta presencial, onde sua gestação poderia ter sido determinada com precisão, ela não teria acesso às pílulas abortivas e esse caso trágico teria sido evitado.
“A solução clara aqui é o restabelecimento urgente das consultas presenciais. Isso evitaria que a vida das mulheres fosse colocada em risco por abortos tardios automedicados.”
O aumento no número de abortos também ocorre em um contexto de pressão contínua para a introdução de mudanças radicais na lei do aborto na Escócia, aponta a Right To Life UK.
Em setembro passado, os delegados da Conferência Nacional do SNP votaram a favor de uma resolução que pede que “o direito ao aborto” seja garantido em uma “futura constituição de uma Escócia independente”.
A resolução afirma que o acesso ao aborto “não deve estar sujeito às mudanças nas decisões políticas ou judiciais” e que “o aborto legal é um aspecto fundamental da saúde e da autonomia corporal”.
Afirma ainda que garantir o aborto na constituição protegeria o acesso ao aborto “contra qualquer regressão política ou legal”.
Mas a organização Right to Life UK adverte que um direito absoluto ao aborto significaria que o aborto estaria disponível a qualquer pedido, por qualquer motivo, até ao nascimento, acrescentando que, se esta mudança radical fosse introduzida, a Escócia ficaria com um dos regimes de aborto mais extremos do mundo.
O país já tem zonas de segurança ao aborto particularmente rigorosas, após a entrada em vigor da Lei dos Serviços de Aborto (Zonas de Acesso Seguro) (Escócia) em 24 de setembro de 2024.
Isso criou uma zona de “acesso seguro”, ou zona de segurança, de no mínimo 200 metros ao redor de qualquer instalação que realize abortos, na qual oferecer apoio às mulheres seria criminalizado. A marca de 200 metros é um mínimo, pois as clínicas de aborto podem solicitar a extensão da zona, com a lei dando ao governo escocês o poder de estender qualquer zona de segurança além de 200 metros se julgar que a zona existente “não protege adequadamente” as mulheres que procuram um aborto.
Como resultado, afirma a Right To Life UK, não há limite para o tamanho da zona de segurança que pode ser criada sob esse poder.
Qualquer pessoa que cometer uma infração pode ser multada em até £ 10.000 em uma condenação sumária ou em uma multa ilimitada em caso de acusação.
As disposições da lei aplicam-se a tudo o que for “visível ou audível” dentro de uma zona de segurança, mesmo que se trate de edifícios privados. Isto significa que pode ser ilegal exibir cartazes pró-vida numa janela de uma casa privada ou no exterior de um local de culto, se os cartazes estiverem dentro dos limites ou forem visíveis a partir de uma “zona de segurança”.
mesma forma, conversas em casas particulares ou fora de igrejas podem ser incluídas se forem audíveis dentro de uma zona de segurança. Referindo-se a residências particulares, o político responsável pela legislação chegou a dizer à comissão que a analisava que “é essencial que tais instalações sejam cobertas pela legislação”.
Com informações The Catholic Herald
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