Episcopado venezuelano a Maduro: o Natal não deve ser usado para fins políticos
Nicolás Maduro anunciou que o Natal será antecipado este ano, com a celebração planejada para o dia 1º de outubro. Este decreto foi duramente criticado pelos bispos do país, que reafirmaram as datas tradicionais e o significado da festividade.
Redação (04/09/2024 12:07, Gaudium Press) Em meio a uma grave crise política doméstica com alegações de fraude eleitoral, o ditador socialista da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou um absurdo. “É setembro e já cheira a Natal. E, por isso, este ano em homenagem a vocês, em agradecimento a vocês, vou decretar a antecipação do Natal para 1º de outubro, com paz, felicidade e segurança”, declarou Maduro durante seu programa semanal “Con Maduro+”, na última segunda-feira. O decreto determina que as decorações de Natal sejam penduradas em prédios públicos.
Não é a primeira vez que Maduro toma tais decisões. Já durante a pandemia do Coronavírus em 2019, os festejos oficiais do Natal começaram em 1º de novembro; em 2020, 15 de outubro, no ano seguinte, 4 de outubro.
A Conferência Episcopal Venezuelana criticou a instrumentalização política da celebração: “O Natal é uma celebração universal que, como tempo litúrgico, começa no dia 25 de dezembro, e pediu para que esta festividade não seja utilizada para “fins propagandísticos ou políticos particulares. O modo e o momento da sua celebração são de responsabilidade da autoridade eclesiástica que vela por manter o verdadeiro espírito e significado deste acontecimento de riqueza espiritual e histórica, pois marca o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Recentemente, Maduro também escandalizou o público ao afirmar que Jesus Cristo era palestino.
Há protestos massivos contra a vitória eleitoral de Maduro, anunciada oficialmente no final de julho. A oposição declarou que, de acordo com suas próprias contagens das atas eleitorais, seu candidato Edmundo González havia claramente vencido a eleição presidencial. Observadores eleitorais independentes confirmaram essa avaliação. Os EUA, a UE e vários países latino-americanos não reconhecem o resultado oficial e pedem uma revisão independente. Até o momento, o judiciário venezuelano recusa o acesso transparente aos documentos eleitorais. Nesta segunda-feira, também foi emitido pelo Ministério Público venezuelano um mandado de prisão contra González por crimes “associados ao terrorismo”.
A decisão de Maduro de antecipar o Natal poderá ser acompanhada pela distribuição de ajuda e refeições para bairros pobres, ação que alguns meios de comunicação descrevem como uma tentativa de consolidar sua base eleitoral.
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