Episcopado Mexicano contra as reformas do Instituto Nacional Eleitoral promovidas pelo Poder Executivo
O Episcopado mexicano está reunido na 111ª Assembleia Plenária.
Redação (09/11/2022 08:56, Gaudium Press) Em 31 de outubro, o episcopado mexicano emitiu um comunicado claro e direto, no qual os bispos manifestaram sua oposição às tentativas de reforma do Instituto Nacional Eleitoral (INE) e do Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário da Federação (TEPJF). Há um projeto em andamento nesse sentido no legislativo, promovido pelo Poder Executivo Federal do país.
Segundo o comunicado, “o INE e o TEPJF são hoje o resultado da luta e do compromisso de milhares de mexicanos da sociedade civil, e de todos os sinais partidários que conseguiram abrir caminhos para uma democracia real no México. Desde a sua fundação, o principal resultado foi o governo deixar de ser juiz e parte nas eleições, e iniciar a transição para a democracia com alternância de tarefas governamentais nas esferas local e federal, dando lugar a governos de diferentes opções políticas nos Congressos dos Estados e Municípios juntamente com a alternância no Poder Executivo Federal e no Congresso Legislativo em seu conjunto”.
Reforma regressiva, afeta o equilíbrio das minorias e maiorias, afeta a vida democrática do país
Para os bispos, a reforma promovida pelo governo “é claramente regressiva”, afeta “a representação e o equilíbrio das minorias e maiorias, levando o controle das eleições para um governo federal centralista”, e “constitui uma ofensa à vida democrática do país”, entre outros temas.
O presidente López Obrador acusou o golpe e, em declarações públicas, afirmou que não compartilhava da visão dos bispos, e queria estabelecer uma separação entre eles e o Papa Francisco, dizendo que o Pontífice era um “verdadeiro cristão” ao contrário de setores da Igreja que têm “vinculações com as elites do poder, que não têm relação com o povo, principalmente com os pobres”.
Em declarações no último domingo, o Arcebispo de Morelia, Dom Carlos Garfias Merlos, pediu ao presidente um diálogo sobre o assunto. Ele disse que avaliar o que os bispos estão fazendo “como Igreja, é o povo que têm que dizer isso, não ele”.
“Espero que o presidente possa estar presente na Assembleia e poder dialogar aí o que é pertinente”, convidou o prelado ao Executivo. O arcebispo ressaltou que numerosos representantes de diversas instituições estatais estão programados para comparecer à Assembleia Plenária do Episcopado (de 8 a 10 de novembro) para dialogar com eles.
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