“Do mais terrível instrumento de tortura, Deus obteve o maior sinal do amor”, assegura o Papa
Francisco destacou ainda que “os inícios de Deus começam muitas vezes a partir dos nossos fins: é assim que Ele gosta de fazer maravilhas”.
Cidade do Vaticano (05/04/2023 15:09, Gaudium Press) Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 5, realizada na Praça São Pedro, o Papa Francisco tratou sobre a virtude da esperança que brota da árvore da Cruz de Jesus e nos cura de toda a tristeza e amargura.
Os inícios de Deus começam muitas vezes a partir dos nossos fins
Recordando o momento em que Jesus morreu na Cruz e foi sepultado, o Santo Padre comentou que a pedra que selou seu túmulo marcou o fim da esperança entre os discípulos. “O Mestre foi crucificado, morto da maneira mais cruel e humilhante, pendurado num patíbulo infame fora da cidade: um fracasso público, o pior final possível”, afirmou. Em seguida, destacou que algo semelhante acontece nos dias de hoje, “a esperança parece às vezes selada sob a pedra da desconfiança”.
Entretanto, ele recordou que a imagem da Cruz permanecia fixa na mente dos discípulos. “Ali estava concentrado o fim de tudo. Mas pouco tempo depois descobririam na própria Cruz um novo início. Do mais terrível instrumento de tortura, Deus obteve o maior sinal do amor. Nos lembrando que os inícios de Deus começam muitas vezes a partir dos nossos fins: é assim que Ele gosta de fazer maravilhas”, assegurou.
Olhemos para a árvore da Cruz para que brote em nós a esperança
O Papa exortou aos fiéis para que olhem “para a árvore da Cruz, para que em nós brote a esperança: aquela virtude quotidiana, aquela virtude silenciosa, humilde, mas aquela virtude que nos mantém de pé, que nos ajuda a ir em frente. Sem esperança não se pode viver. Pensemos: onde está a minha esperança?”
“Olhemos para a árvore da Cruz para que brote em nós a esperança: para sermos curados da tristeza. É preciso um pouco de esperança para sermos curados da tristeza que nos adoece: há tanta tristeza; para sermos curados da amargura com que poluímos a Igreja e o mundo”, frisou o Papa Francisco.
Jesus despojado de tudo nos lembra que a esperança renasce
Em seguida, o Pontífice acrescentou que “nós temos dificuldade em despojar-nos; revestimo-nos de máscaras para nos disfarçarmos e nos mostrarmos melhores do que somos. Pensamos que o importante é ostentar, de tal modo que os outros falem bem de nós. E adornamo-nos de aparências, de coisas supérfluas; mas assim não encontramos a paz. Depois, a maquiagem vai embora e você se olha no espelho com aquela cara feia que você tem, mas verdadeira, aquela que Deus ama”.
“Jesus despojado de tudo nos lembra que a esperança renasce fazendo a verdade sobre nós mesmos, dizendo a verdade a si mesmo, abandonando as ambiguidades, libertando-nos da convivência pacífica com as nossas falsidades. Às vezes, estamos tão acostumados a nos dizer falsidades que convivemos com as falsidades como se fossem verdades e acabamos envenenados por nossas falsidades”, advertiu. (EPC)
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