Ditadura de Ortega expulsa outra congregação religiosa da Nicarágua
As Irmãs da Cruz que serviram na diocese de Matagalpa – cujo bispo, Rolando Álvarez, está em prisão domiciliar em Manágua – se dedicavam a rezar o terço na catedral e promover a adoração ao Santíssimo Sacramento foram expulsas da Nicarágua
Redação (24/09/2022 07:15 Gaudium Press) — A ditadura do presidente Daniel Ortega na Nicarágua expulsou as Religiosas da Cruz, continuando assim seus ataques contra a Igreja Católica na Nicarágua.
As freiras serviram na diocese de Matagalpa – cujo bispo, Rolando Álvarez, está em prisão domiciliar em Manágua – e se dedicaram a rezar o terço na catedral e promover a adoração ao Santíssimo Sacramento.
A congregação com sede no México informou ontem no Facebook que as últimas freiras chegaram da Nicarágua.
A Nicarágua Informa informou em 18 de setembro no Facebook: “Hoje, vítimas do assédio e das ameaças da ditadura, as Religiosas Irmãs da Cruz (fundadas no México) que estavam em Matagalpa há anos fazendo trabalho espiritual deixaram o país”.
Uma fonte próxima à congregação, que pede anonimato por razões de segurança, disse que “sua saída se deveu à pressão exercida por funcionários do governo para saber de onde vinha cada contribuição que as irmãs recebiam, mesmo as menores doações”.
A fonte disse que a exigência era absurda, porque as freiras, tal como as paróquias, subsistiam “das oferendas que os nossos fiéis dão”.
Além disso, “a autorização de residência das religiosas estrangeiras não foi renovada e estas tiveram que deixar o país” antes mesmo das outras religiosas nicaraguenses.
A fonte explicou que “a comunidade religiosa, que leva uma vida semi-contemplativa, não poderia se sustentar com apenas três irmãs, pois seu carisma é manter a adoração constante de Jesus no Santíssimo Sacramento. Por isso, seus superiores viram que era melhor fechar a casa que eles tinham aqui em Matagalpa.”
“Sempre havia entre seis ou mais freiras. Eles começaram a sair meses antes, especialmente aqueles cujas autorizações de residência não foram renovadas”, acrescentou a fonte.
Esta é a segunda congregação religiosa expulsa por Ortega. Em julho, as Missionárias da Caridade foram forçadas a deixar a Nicarágua.
Em março deste ano, o núncio apostólico, arcebispo Waldemar Stanislaw Sommertag, foi expulso.
O ex-bispo auxiliar de Manágua, Silvio Baez, vive exilado nos Estados Unidos depois que se soube que o governo de Ortega muito provavelmente ordenou seu assassinato.
Nos últimos meses, vários padres foram presos e outros continuam sendo perseguidos pelo regime, que não hesitou em proibir as procissões religiosas.
(Raju Hasmukh com arquivos da CNA)
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