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Ditadura de Ortega expulsa Comitê Internacional da Cruz Vermelha da Nicarágua

“A pedido das autoridades nicaraguenses, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha na Nicarágua fechou seu escritório em Manágua, pondo assim fim à sua missão humanitária no país”.

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Redação (19/12/2023 10:26, Gaudium Press) O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou, nesta segunda-feira, o encerramento de sua missão permanente em Manágua, Nicarágua. A decisão foi forçosamente tomada após um “pedido” da ditadura de Daniel Ortega, mas as razões não foram reveladas.

“A pedido das autoridades nicaraguenses, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha fechou o seu escritório em Manágua, pondo assim fim à sua missão humanitária no país”, afirmou a organização em um comunicado de imprensa divulgado no México.

Em março de 2022, o regime havia expulsado da Nicarágua o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para a Nicarágua, Thomas Ess. O regime não revelou os motivos da decisão, que na época pegou os funcionários do CICV de surpresa.

Ademais, em março deste ano, a ditadura de Ortega extinguiu a Cruz Vermelha e confiscou todos os bens da organização, criada em 1931, passando-os para uma nova entidade, vinculada ao Ministério da Saúde.

No entanto, o CICV e o governo de Ortega haviam assinado, em janeiro de 2019, um acordo que o permitia visitar os presos durante as manifestações de 2018, as quais exigiam a renúncia de Ortega e da esposa e vice-presidente, Rosario Murilo, e cuja repressão policial causou mais de 300 mortos, segundo a Organização das Nações Unidas.

Em seu comunicado, o CICV explicou que, nos últimos anos, seu trabalho na Nicarágua concentrava-se em três áreas principais: “apoio à Cruz Vermelha Nicaraguense local para oferecer serviços de restabelecimento de vínculos familiares e fortalecer seu trabalho humanitário para as pessoas mais vulneráveis; prevenção e abordagem humanitárias da privação de liberdade; e atividades de formação sobre o direito humanitário internacional, a estrutura jurídica aplicável a tarefas que envolvem as forças armadas e de segurança, e o direito internacional dos direitos humanos”.

Fundado em 1863, o CICV é uma organização humanitária internacional independente, neutra e imparcial que oferece proteção e assistência às vítimas de conflitos armados e outras situações de violência. Possui 20.000 funcionários trabalhando em 100 países em todo o mundo. Faz parte do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a maior e mais antiga rede humanitária do mundo, e trabalha em conjunto com seus parceiros nacionais da Cruz Vermelha para ampliar seu trabalho.

Apesar da sua expulsão, o CICV “reitera o seu desejo de retomar o diálogo e a ação humanitária na Nicarágua”.

Mais de duas mil associações e organizações não governamentais foram declaradas ilegais desde que a ditadura de Ortega adotou leis que impõem restrições severas.

Por sua vez, a Organização das Nações Unidas destacou a perda de liberdades fundamentais na Nicarágua “cada vez mais distante dos direitos humanos”.

 

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