“Devemos despertar Cristo no nosso coração”, exorta o Papa Francisco
“A única coisa que podemos fazer nos momentos ruins é despertar Cristo que está dentro de nós, mas dorme como no barco. Só então poderemos contemplar as coisas com o seu olhar”, assegurou.
Cidade do Vaticano (10/11/2021 12:38, Gaudium Press) Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 10, realizada na Sala Paulo VI, o Papa Francisco continuou o ciclo de catequeses sobre a Carta aos Gálatas, destacando que nestes escritos, o Apóstolo Paulo “nos falou como evangelizador, teólogo e pastor”.
São Paulo Apóstolo faz um chamado à liberdade
O Santo Padre ressaltou ainda que São Paulo “foi um verdadeiro teólogo, que contemplava o mistério de Cristo e o transmitia com a sua inteligência criativa. E foi também capaz de exercer a sua missão pastoral a uma comunidade desorientada e confusa. Ele fez isto com métodos diferentes: usou ironia, rigor e mansidão. Reivindicou a própria autoridade como apóstolo, mas ao mesmo tempo não escondeu as fraquezas do seu caráter”.
Convencido de que havia recebido um chamado para o qual somente ele poderia responder, o Apóstolo dos Gentios tentou explicar aos Gálatas que também eles foram chamados a essa liberdade. “Consciente dos riscos que este conceito de liberdade comportava, nunca minimizou as consequências. Colocou a liberdade na sombra do amor e estabeleceu o seu exercício coerente ao serviço da caridade. Toda esta visão foi colocada no horizonte da vida de acordo com o Espírito Santo”.
Nos momentos ruins devemos despertar Cristo que está dentro de nós
Francisco conclui sua catequese sugerindo uma atitude dupla. “Por um lado, o ensinamento do Apóstolo gera entusiasmo em nós; sentimo-nos impelidos a seguir imediatamente o caminho da liberdade, a ‘caminhar segundo o Espírito’. Por outro, estamos conscientes das nossas limitações, pois sentimos todos os dias como é difícil ser dócil ao Espírito, para seguir a sua ação benéfica. Pode então surgir o cansaço que diminui o entusiasmo. Sentimo-nos desanimados, fracos, por vezes marginalizados em relação ao estilo de vida da mentalidade mundana”.
Então aconselha que nos momentos de dificuldades devemos fazer como os apóstolos, que acordaram a Jesus durante a tempestade. “A única coisa que podemos fazer nos momentos ruins é despertar Cristo que está dentro de nós, mas dorme como no barco. Devemos despertar Cristo no nosso coração e só então poderemos contemplar as coisas com o seu olhar, porque Ele vê para além da tempestade. Através desse seu olhar sereno, podemos ver um panorama que, por nós mesmos, nem sequer é possível divisar”.
Tentação de voltar atrás
O Pontífice afirmou que apesar de sempre existir a tentação de voltar atrás, o Apóstolo nos recorda que “não podemos nos dar ao luxo de nos cansarmos de fazer o bem. Devemos confiar que o Espírito vem sempre em auxílio da nossa fraqueza e nos concede o apoio de que necessitamos”.
“A oração ao Espírito Santo é espontânea: ela deve vir de seu coração. Você deve pedir nos momentos de dificuldade: ‘Espírito Santo, vem’. A palavra-chave é esta: vem. Vem. Você deve dizê-la com sua linguagem, com as suas palavras. Vem porque estou em dificuldade, vem porque estou na escuridão, no escuro; vem porque não sei o que fazer; vem porque estou prestes a cair. Vem. Vem. É a palavra do Espírito. Invocar o Espírito. Aprendamos a invocar o Espírito Santo com mais frequência”, sublinhou.
E concluiu indicando a seguinte oração para ser feita com frequência: “Vem, Espírito Santo. Com a presença do Espírito, salvaguardemos a liberdade. Seremos livres, cristãos livres, não apegados ao passado no sentido ruim da palavra, não acorrentados a práticas. A liberdade cristã nos faz amadurecer. Esta oração nos ajudará a caminhar no Espírito, na liberdade e na alegria, porque quando o Espírito Santo vem, vem a alegria, a verdadeira alegria. Amém”. (EPC)
Deixe seu comentário