“Deus quer estabelecer a devoção a meu Imaculado Coração”
A ação do Divino Espírito Santo agirá em favor da Igreja em Maria, com Maria e por Maria.
Redação (11/05/2022 12:34, Gaudium Press) Em nenhuma outra aparição Nossa Senhora Se mostrou com tanta clareza como Rainha dos Profetas quanto em Fátima, no ano de 1917.
Ela veio em pessoa lembrar verdades esquecidas, como a existência do inferno, e ameaçar os homens com castigos terríveis caso não reconduzissem suas vidas pela estrada da justiça. Concluiu sua mensagem, porém, com a promessa que alenta todos aqueles que esperam a intervenção divina: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”
Num mundo afundado no relativismo moral mais degradante, em que as almas, perdendo a noção do bem e do mal, ignoram o temor de Deus e precipitam-se sem freios na busca do prazer, a admoestação materna de Fátima apresenta-se com o ímpeto de uma lança que enfrenta a correnteza ignóbil e divide os homens em dois blocos irreconciliáveis.
Nossa Senhora quis falar no início de um século que se caracterizaria pelo silêncio dos que deveriam bradar ou, pior ainda, pelo engano daqueles que, conhecendo a verdade, procurariam obscurecê-la porque suas obras eram más (cf. Jo 3, 19).
A mensagem da Cova da Iria, tantas vezes deformada, revela-se pontiaguda e incômoda. Ela deve ser entendida à luz do vaticínio do profeta Miqueias:
“Oráculo do Senhor contra os profetas que desencaminham o meu povo, que anunciam a paz quando têm algo para mastigar e declaram guerra a quem não lhes põe nada na boca. Por isso, em lugar de visões, tereis a noite, e trevas em lugar de revelações. Pôr-se-á o sol para esses profetas, o dia vai tornar-se obscuro; serão confundidos os videntes, envergonhados os adivinhos. Todos esconderão a barba, porque Deus cessará de lhes falar. Eu, porém, estou cheio de força do Espírito do Senhor, de justiça e de coragem, para denunciar a Jacó sua maldade, e a Israel seu pecado” (3, 5-8).
Outro aspecto relevante das aparições de Fátima é, sem dúvida, a ação sobrenatural da Mãe de Deus sobre os pastorzinhos. Eles A descrevem como uma Senhora mais brilhante que o sol, bela e encantadora. Quando a Virgem abria suas mãos, raios de luz inefável e claríssima penetravam nas crianças, fazendo-lhes antegozar a visão beatífica.
Eis a via de santificação inaugurada na Cova da Iria: transformados por uma privilegiada ação da graça, os autênticos devotos e escravos de Nossa Senhora serão introduzidos em seus misteriosos segredos de santidade, luz e glória. Eles lutarão a fim de verem cumprida a vontade do Altíssimo, conforme anunciou Maria: “Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração”.
Todavia, em virtude dessa firme resolução de tornar Nossa Senhora conhecida e amada, muitos os combaterão: “O demônio armará, como predissestes, grandes ciladas ao calcanhar dessa mulher misteriosa, isto é, à pequena companhia de seus filhos”.
Nada, porém, os amedrontará. Transbordantes de fé, eles devem ter a certeza de que “o poder de Maria sobre todos os demônios há de patentear-se com mais intensidade nos últimos tempos. […] [Seus humildes escravos] serão ricos em graça de Deus, que Maria lhes distribuirá abundantemente; grandes e eminentes em santidade diante de Deus, superiores a toda criatura por seu zelo animoso, e tão fortemente apoiados pelo socorro divino que, com a humildade de seu calcanhar e em união com Maria, esmagarão a cabeça do demônio e farão triunfar Jesus Cristo”.
“Voltemos nossos olhos para a Senhora de Fátima, pedindo-Lhe quanto antes a contrição que nos obtenha os grandes perdões, a força para travarmos os grandes combates, e a abnegação para sermos desprendidos nas grandes vitórias que trarão consigo a implantação do Reino d’Ela. Vitórias estas que desejamos de todo coração, ainda que, para chegar até elas, a Igreja e o gênero humano tenham de passar pelos castigos apocalípticos – mas quão justiceiros, regeneradores e misericordiosos – por Ela previstos em 1917 na Cova da Iria”.
Mons. João Scognamiglio Clá Dias
Texto extraído do livro Maria Santíssima! O Paraíso de Deus revelado aos homens, v.3.
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