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Cuba: população está clamando pelo “fim do comunismo e pela liberdade”

Muitos cubanos, depois de 1959, mudaram “a imagem do Sagrado Coração para a dos líderes da foice e do martelo. Este foi o pior erro de nossa história”, afirmou o sacerdote cubano Alberto Reyes Pías.

Bandeira Cuba Jeremy Bezanger Unsplash

Redação (25/04/2023 11:27, Gaudium Press) O pároco cubano da diocese de Camagüey, Pe. Alberto Reyes Pías, declarou recentemente em uma entrevista ao jornal espanhol El Debate que Cuba “precisa de uma mudança, precisa de uma transição” e acredita que a Igreja Católica é a única instituição em posição de liderar um diálogo e propor uma transição.

O governo cubano demonstrou “sua incapacidade de construir uma sociedade não só próspera, mas capaz de responder às aspirações mais básicas do ser humano”, comentou o sacerdote.

“Não há como voltar atrás, porque agora vimos a verdadeira face daqueles que durante anos nos diziam diariamente o quanto nos amavam e queriam o nosso bem. Agora sabemos que tudo era uma mentira, e que nem sua mão nem sua voz vacilam quando se trata de proclamar destruição e morte, e incitar a guerra de irmão contra irmão, em uma luta cujas feridas talvez nunca cicatrizem”, declarou o sacerdote ao El Debate.

Segundo o Pe. Alberto Reyes Pías, a ditadura de Cuba criou uma rede de espionagem e denúncia urbana que mergulha os cidadãos numa paranoia contínua. Ele assegurou que o comunismo é uma grande mentira que tem sido muito repetida, tentando transformá-lo em uma verdade. Como “o pior erro de nossa história”, ele descreve que muitos cubanos, depois de 1959, mudaram “a imagem do Sagrado Coração para a dos líderes da foice e do martelo”.

“Um povo que vive sem liberdade, algemado e mudo; os sonhos são apresentados como ilusões e a esperança é desfeita, quebrada em pedaços, impotente diante do olhar triste que se apaga. Cuba, apesar de sua beleza e de seu inegável potencial, parece uma ilha amaldiçoada condenada à noite eterna, sem espaço para esperança”, enfatizou.

Nos últimos meses, a situação econômica e social piorou em Cuba, onde, de acordo com um relatório de outubro de 2022 do Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH), 72% dos habitantes “vivem abaixo da linha da pobreza e apenas 14% esperam que sua situação pessoal melhore no futuro próximo”.

O descontentamento da população se refletiu nos protestos de julho de 2021 em várias cidades, que foram fortemente reprimidos pelo regime e com várias manifestações ao longo do ano passado.

Com efeito, milhares de cubanos continuam a ver a emigração como uma saída para a pobreza. De acordo com a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos, 6.817 cubanos chegaram ao país em março, elevando o número total para 135.090 no ano fiscal de 2023, que começou em outubro de 2022.

O Pe. Reyes Pias também acrescentou que a população clama pelo “fim do comunismo e pelo advento da liberdade”, mas o governo impede que sejam mostradas imagens de cidadãos aborrecidos, pobres e famintos, o que poderia revelar a realidade da população à comunidade internacional.

 

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