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Cristo: fundamento da santidade da Igreja

Quando o bem nunca deixa de ser avesso ao mal.

Sao Pedro e Sao Paulo Catedral de Sao Jose Costa Rica Foto Javier Perez Beltran

Redação (29/06/2025 08:18, Gaudium Press) Nosso Senhor Jesus Cristo foi perseguido e morto para comprar nosso maior bem, a Redenção. Apesar disso, Jesus Cristo não deixou de ser incômodo: um dos principais motivos é que a sua integridade molestava homens desalinhados com a prática da virtude. Por causa disso foi alvo de perseguição.

A integridade que causa ódio nos maus

No entanto, de forma análoga, também seus discípulos não deixaram de provar deste mesmo cálice: o que levou Herodes Agripa a encarcerar São Pedro? O mesmo medo de perder o trono para o Rei dos reis quando da matança dos inocentes, como Herodes o Grande, seu antecessor?! Por que o Agripa teria colocado quatro grupos de soldados com quatro soldados cada um para vigiá-lo? Será pelo mesmo medo de seu tio, Herodes Antipas, responsável pela morte de São João Batista, quando lhe censurava: “Não te é permitido!?” (Mt 14,4).

A resposta remonta a um princípio de ouro: a integridade, pelo simples fato de existir, sem dizer nenhuma palavra, incomoda, porque ela mesma é a afirmação de tudo quanto nega o mal; de que existe o bem e o mal, existe um destino eterno, existe um Deus que premia e castiga. Por isso, na medida em que São Pedro realizava seu chamado, excitava a ira de Herodes, que via seus erros desmascarados diante do vigário de Cristo.

Poderia levantar-se esta objeção: São Pedro negou três vezes a Nosso Senhor Jesus Cristo. Logo, faltou-lhe integridade.

Porém, como ato de reparação – já que todo homem, mesmo que desviado, pode retomar o bom caminho – o Divino Mestre perguntou por três vezes se ele, Simão, O amava. Ao que diante das respostas afirmativas Cristo encontrou nele a rocha firme para assentar sua Igreja.

Ainda nesta linha, São Paulo escreve a respeito de si mesmo: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (cf. 2Tm 4,7), mas não sem deixar de acrescentar: “Contudo, o Senhor me assistiu e me deu forças […]. E fui salvo das fauces do leão. O Senhor me salvará de todo mal e me preservará para o seu Reino celestial” (2Tm 4, 17). Como consequência, na hora do último suplício, como recorda a piedade católica, ao quicar sua cabeça três vezes no chão, daí nasceram três fontes, verdadeiro símbolo dos frutos de seu martírio.

Deus luta a favor do justo

De fato, desconhecendo aquela máxima que seria mais tarde pronunciada por Tertuliano, de que “sangue de mártires é semente de cristãos”, Herodes não tinha aprendido que o sangue do Mártir, o Cordeiro Imolado, comprou a invencibilidade da Igreja até o fim do mundo, quando, ao ser levantado da terra, atraiu para si todo ser (cf. Jo 12,32).

Em outras palavras, a indestrutibilidade da Igreja radica-se, em última análise, não em Pedro (por ser Pedro), mas em Cristo – e, por decorrência, em seu vigário.

Desta sorte, a integridade de todos que vivem santamente –Pedro, Paulo ou de quem seja – emana de Cristo, como cabeça de todo o Corpo Místico da Igreja.

É por isso que a liturgia deste domingo nos aponta estes dois modelos de integridade, Pedro e Paulo, que, embora pecadores, souberam colocar sua esperança unicamente em Deus e reparar as misérias da vida passada, tornando-se colunas robustas sobre as quais a Igreja pôde ser edificada.

Do exposto, compreende-se que se formos íntegros de coração, reconhecendo nossas faltas com humildade e pedindo perdão a Deus de coração sincero, Ele estará conosco na hora dos maiores perigos, auxiliando-nos e, se preciso for, incutindo medo naqueles que são avessos ao bem.

Por Vinícius Mendes

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