Cresce o interesse pela espiritualidade entre os jovens

Os resultados de uma pesquisa internacional sobre jovens, valores e religião promovida pelo grupo de pesquisa Footprints foram apresentados pela Pontifícia Universidade de Santa Cruz.

Foto: Gianna B/ Unsplash

Redação (01/03/2024 19:46, Gaudium Press) Quase 5.000 jovens entre 18 e 29 anos da Argentina, Brasil, Itália, Quênia, México, Filipinas, Espanha e Reino Unido foram entrevistados para avaliar o nível de religiosidade e fé entre eles. A pesquisa foi conduzida pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz em colaboração com outras sete universidades em diferentes partes do mundo, e os resultados foram divulgados nesta última quinta-feira, 29 de fevereiro.

Um dos destaques da pesquisa é o aumento da espiritualidade entre os jovens em escala global. Esse aumento da espiritualidade é particularmente registrado em países como Quênia, Filipinas e Brasil, onde 82% a 92% dos jovens se identificam como “crentes”. Já nos países passando por um processo de secularização, como Espanha e Itália, apesar de uma menor porcentagem de jovens que se identificam como crentes, os entrevistados demonstraram uma profunda convicção de fé, sem considerá-la apenas como uma tradição ou costume. Com efeito, nestes países 60% dos jovens católicos consideram essencial a participação na missa, bem como a recepção de Sacramentos, especialmente a Confissão e Eucaristia.

Alguns países se encontram em uma posição “intermediária” quanto à manifestação da fé entre os jovens, como o México (71%) e a Argentina (51%).

Foi observada ainda uma grande porcentagem de mulheres crentes em países como Quênia (93%), Filipinas (83%) e Brasil (81%), sendo, em geral, o número de mulheres católicas  globalmente maior (52%).

A professora Gema Maria Bellido, professora de Fundamentos da Comunicação Institucional e chefe do projeto Footprint, que encomendou a coleta de dados, relatou ao Vatican News que “a maioria dos jovens acredita em Deus e tem uma percepção positiva da Igreja, vista como um guia e não como uma instituição político-temporal.” Em termos gerais, a pesquisa também revelou um aumento do senso cívico e do interesse por questões sociais.

Segundo o dossiê apresentado, os jovens se orientam pela religião e espiritualidade quando têm de fazer escolhas morais. Mesmo que sejam os crentes que admitam a existência do pecado e não os ateus, a maioria (67%) acredita que é a consciência que determina o que é certo e o que é errado.

No que diz respeito à visão da Igreja, a maioria dos jovens crentes considera-a uma instituição que contribui para o bem da sociedade (76%).

No entanto, entre aqueles que se identificam como “ateus”, surge o interesse pela vida após a morte e uma compreensão adequada do sofrimento, com porcentagens maiores no Quênia e nas Filipinas. Também nestes dois países, apesar de 70% dos jovens se declararem não crentes, eles consideram a oração como um elemento importante em suas vidas.