Comunicado de Bispos Portugueses condena legalização da eutanásia e suicídio assistido
A tristeza e a indignação são acrescidas do fato de se legalizar uma forma de morte provocada no momento de maior agravamento de uma pandemia mortífera.
Redação (01/02/2021, 16:00, Gaudium Press) Em um comunicado, o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou sua “tristeza e indignação diante da aprovação parlamentar da lei que autoriza a eutanásia e o suicídio assistido” no país.
A posição dos Bispos portugueses foi definida após a votação final global na Assembleia da República no dia 29 de janeiro.
A lei que legaliza a eutanásia e suicídio assistido foi aprovada por 78 votos contra e 136 votos a favor.
O diploma legal segue agora para o Presidente da República que pode vetar, enviar para o Tribunal Constitucional ou promulgar a lei.
O texto final que foi votado e agora passou a ser lei, é o resultado de projetos que já haviam sido aprovados desde fevereiro de 2020.
Legalizar uma forma de morte provocada –sobretudo agora– é triste e indignante e um contrassenso
No comunicado da Conferência Episcopal os bispos portugueses afirmam sua indignação e tristeza pelo fato, eles ressaltam que “Essa tristeza e indignação são acrescidas pelo fato de se legalizar uma forma de morte provocada no momento de maior agravamento de uma pandemia mortífera, em que todos queremos empenhar-nos em salvar o maior número de vidas, para tal aceitando restrições da liberdade e sacrifícios econômicos sem paralelo”.
De acordo com o comunicado episcopal, na verdade, “é um contrassenso legalizar a morte provocada neste contexto, recusando as lições que esta pandemia nos tem dado sobre o valor precioso da vida humana, que a comunidade em geral e nomeadamente os profissionais de saúde tentam salvar de modo sobre-humano”.
“Não podemos aceitar que a morte provocada seja resposta à doença e ao sofrimento”, afirma os Bispos
No comunicado, os bispos afirmam ainda: “Não podemos aceitar que a morte provocada seja resposta à doença e ao sofrimento.
Aceitar que matar seja a resposta às doenças é desistir de combater e aliviar o sofrimento e veicular a ideia errada de que a vida marcada pela doença e pelo sofrimento deixa de merecer proteção e se torna um peso para o próprio paciente, para os que o rodeiam, para os serviços de saúde e para a sociedade no seu todo”.
Os prelados portugueses entendem que a resposta diante da doença e do sofrimento passa pelo “acesso aos cuidados paliativos, de que a maioria da população portuguesa está ainda privada”.
Eutanásia e suicídio assistido: “um retrocesso cultural sem precedentes”, ressaltam os Bispos
A nota da CEP procura ressaltar também que os portugueses estão diante de um fato histórico que representa “um retrocesso cultural sem precedentes, caraterizado pela absolutização da autonomia e autodeterminação da pessoa. A ele temos de reagir energicamente”.
“Por isso, –afirmam os prelados para concluir seu comunicado em defesa da vida– agora, mais do que nunca, reforçamos o nosso propósito de acompanhar com solicitude e amor todos os doentes, em todas as etapas da sua vida terrena e, de modo especial, na sua etapa final”.
A nota do Episcopado recordou também que a lei aprovada poderá ainda ser sujeita a fiscalização de constitucionalidade, por ofender o princípio da inviolabilidade da vida humana consagrado na nossa Lei fundamental. (JSG)
(Fotos Vatican News e Público)
Deixe seu comentário