Com Jesus se navega no mar da vida sem medo, assegura o Papa Francisco
Se acolhermos o Senhor em nosso barco, poderemos avançar, sem ceder à desilusão quando nada se pesca e sem se render ao ‘não há mais nada que possa ser feito’.
Cidade do Vaticano (07/02/2022 16:53, Gaudium Press) Durante a oração mariana do Angelus deste último domingo, 6 de fevereiro, o Papa Francisco refletiu com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, sobre o Evangelho do dia, no qual, após uma noite ruim de pesca, Jesus convida Simão Pedro e outros pescadores a entrarem no barco e lançarem as redes novamente em águas mais profundas.
O Senhor é o Senhor das surpresas
“Todos os dias o barco de nossa vida deixa as margens de casa para navegar no mar das atividades cotidianas; todos os dias tentamos ‘pescar distante’, cultivar sonhos, levar adiante os projetos, viver o amor em nossas relações. Mas, muitas vezes, como Pedro, vivemos a ‘noite de redes vazias’, a desilusão de trabalhar tanto e não ver os resultados desejados: ‘Tentamos a noite inteira, e não pescamos nada’. Quantas vezes nós também ficamos com uma sensação de derrota, enquanto desilusão e amargura nascem no coração”, afirmou o Pontífice.
Em seguida, Francisco destaca que é neste momento em que o Senhor escolhe entrar em nosso barco e dali anunciar o Evangelho. “Aquele barco vazio, símbolo de nossa incapacidade, torna-se a ‘cátedra’ de Jesus, o púlpito de onde proclama a Palavra. O Senhor ama fazer isso: o Senhor é o Senhor das surpresas, dos milagres nas surpresas; entrar no barco de nossa vida quando não temos nada para oferecer-lhe; entrar em nossos vazios e enchê-los com sua presença; usar a nossa pobreza para anunciar sua riqueza, nossas misérias para proclamar sua misericórdia. Lembremo-nos disso: Deus não quer um navio de cruzeiro, basta-lhe um pobre barco ‘em ruínas’, desde que o acolhamos, sim acolhê-lo. Não importa qual barco, mas acolhê-lo”, ressaltou.
Nosso Senhor Jesus Cristo não busca o perfeccionismo, busca o acolhimento
O Santo Padre questionou se nós deixamos Jesus entrar no barco da nossa vida e se colocamos à sua disposição o pouco que temos? “Às vezes nos sentimos indignos dele porque somos pecadores. Mas esta é uma desculpa que o Senhor não gosta, porque o afasta de nós! Ele é o Deus da proximidade, da compaixão, da ternura e não busca o perfeccionismo, busca o acolhimento”, advertiu.
Concluindo, Francisco destaca que Nosso Senhor Jesus Cristo reconstruiu a confiança de São Pedro entrando no barco e dizendo para ele avançar para águas mais profundas. “Não era um momento propício para pescar, mas Pedro confia em Jesus. Não se baseia nas estratégias dos pescadores, que ele conhecia bem, mas se baseia na novidade de Jesus. Aquele encanto que o movia a fazer o que Jesus lhe dizia. Para nós também é assim: se acolhermos o Senhor em nosso barco, poderemos avançar. Com Jesus se navega no mar da vida sem medo, sem ceder à desilusão quando nada se pesca e sem se render ao ‘não há mais nada que possa ser feito’”. (EPC)
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