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China: Bispo ameaça negar sacramentos aos católicos que não se registrarem na Associação Patriótica Comunista

Mons. Francis An Shuxin ameaça suspender a administração dos sacramentos aos católicos que não se unirem à Associação Patriótica Católica do Partido Comunista Chinês.

eucaristia

Redação (03/08/2022 11:20, Gaudium Press) Mons. Francis An Shuxin, bispo oficial de Baoding – que permaneceu confinado numa prisão de 1996 a 2006, e em 2009, fraquejou e aceitou a se registrar na Associação Patriótica do Partido Comunista – agora ameaça a suspender os sacramentos àqueles que se negam a se unir à “Igreja oficial” comunista da China.

Estima-se que seis milhões de católicos estejam registrados no PCC. A igreja “subterrânea” ou “não oficial” é composta por vários milhões de católicos na China que se recusam a ingressar na Associação Patriótica e são leais a Roma.

Conforme noticiado pelo Asia News, em 15 de julho, o Prelado publicou uma carta convidando os sacerdotes a se registrarem na Associação Católica Patriótica da China, alertando que o não fazer isso restringiria seu acesso aos sacramentos.

O Prelado pediu também aos fiéis da Diocese de Baoding que aceitem os sacerdotes que se unirem à “igreja oficial”, para promover a unidade na Igreja local.

Para apoiar seu pedido, o Prelado citou declarações pontifícias, o acordo provisório entre o Vaticano e a China, que vigorará até outubro deste ano, e a Orientação Pastoral da Santa Sé sobre o registro civil do Clero na China.

Uma fonte chinesa do Asia News denunciou que este ano as autoridades do regime comunista estão usando a Orientação Pastoral do Vaticano para forçar os sacerdotes do país, particularmente em Hebei, a ingressar na Associação Patriótica e, assim, realizar uma “transformação” do clero no país.

Além de “restringir totalmente as liberdades pessoais do clero não oficial – com monitoramento e prisão -“, agora “este documento tornou-se a arma mais poderosa do governo para ‘transformar’ o clero clandestino sob a bandeira do Vaticano”, afirmou.

“Em Baoding, por exemplo, sacerdotes conhecidos há décadas por sua fidelidade [a Roma], em apenas dois ou três meses assinaram o que antes consideravam ‘contrário’ à sua fé e compartilharam a Eucaristia com o bispo An, que já havia se unido à Associação Patriótica. Eles pensaram que era a vontade da Santa Sé”, acrescentou.

“Depois de assinar alguns sacerdotes sofreram um colapso nervoso, enquanto outros se arrependeram do que fizeram e reagiram com grande pesar. Em alguns casos, os padres que se juntaram à Igreja oficial foram rejeitados por seus paroquianos e tiveram que voltar para casa e se isolar. Como consequência, a Diocese de Baoding está agora em um estado de caos sem precedentes”, ressaltou.

Com informações Aciprensa.

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