Catedral de Notre-Dame: o misterioso poeta do sarcófago encontrado durante as escavações
No início de 2022, durante as obras na Catedral de Notre-Dame, foram descobertos vários túmulos. No entanto, a identidade de uma pessoa ainda permanecia envolta em mistério.
Redação (18/09/2024 18:46, Gaudium Press) “Feliz é aquele, que como Ulisses, fez uma longa viagem”; esse verso, escrito pelo poeta Joachim de Bellay (1522-1560), adquire um novo significado, considerando que ele é o enigmático cavaleiro encontrado em um sarcófago de chumbo durante as escavações realizadas na Catedral de Notre Dame, em Paris, por ocasião de sua reconstrução.
Em uma coletiva de imprensa oferecida pelas equipes do Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva (Inrap) nesta terça-feira (17), foi revelado que o cavaleiro do sarcófago é De Bellay.
De 2 de fevereiro a 8 de abril de 2022, os arqueólogos do Inrap tiveram a oportunidade de realizar, no coração da Catedral de Notre-Dame de Paris, uma escavação sem precedentes que resultou em inúmeras descobertas. A mais divulgada foi o caixão antropomórfico de chumbo, que abrigava um homem, identificado pela análise de sua pélvis.
Outro sarcófago de chumbo foi encontrado, mas seu ocupante foi imediatamente identificado – graças a um epitáfio – como o cônego Antoine de La Porte, falecido em 1710. As escavações revelaram mais de cem túmulos, tanto de leigos quanto de clérigos.
No entanto, uma pesquisa multidisciplinar, realizada pela Universidade de Toulouse III e pelo professor de antropologia Éric Crubézy, estabeleceu que o senhor de trinta anos faleceu no século XVI devido a uma meningite tuberculosa crônica. Estes dados confirmam as informações existentes sobre a morte de Joachim Du Bellay.
Os arquivos indicam que o poeta foi enterrado em Notre Dame, mas sabe-se que em 1758 foram feitas tentativas, sem sucesso, para encontrar seus restos mortais e de seu tio na capela de Saint-Crépin. Existem duas possíveis explicações: ou o poeta foi colocado no transepto temporariamente, ou ele foi transferido para lá após a publicação de suas obras.
Com informações Connaissance des arts
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