Castigo da Igreja e punição do mundo
Da onda de pecados que varre o mundo, os verdadeiros católicos pressentem um acontecimento que seja para a civilização atual o que foi a queda de Jerusalém: um castigo final.
Redação (30/06/2020 16:28, Gaudium Press) Durante o cerco e a destruição de Jerusalém, morreram um milhão e cem mil pessoas e 97 mil foram aprisionadas. A maior parte delas era de israelitas de outros países que tinham vindo a essa cidade para a solenidade da páscoa judaica.
Cortejo triunfal em Roma
Entre os presos, os menores de 17 anos foram vendidos como escravos. Quanto aos outros, Tito determinou que grande número de homens fossem enviados para várias províncias a fim de serem utilizados em disputas entre gladiadores e combates contra feras. Num espetáculo realizado em Cesareia de Filipe, 2.500 judeus foram queimados.
Os facínoras João e Simão tentaram escapar de Jerusalém através de passagens subterrâneas, mas foram aprisionados e Tito ordenou que fossem eles mantidos vivos para fazerem parte do cortejo triunfal em Roma. Esse cortejo realizou-se um ano após a destruição de Jerusalém.
Representações de três ou quatro andares, com imagens de cenas de batalhas, navios que tinham levado comboios militares durante os quatro anos de guerras judaicas eram carregados por milhares de cavalos. Escravos judeus de tipo humano perfeito portavam despojos do Templo: a mesa dos pães da proposição de ouro maciço, as duas trombetas sacerdotais, o candelabro de sete braços de ouro. Por fim, vinham em carros puxados a cavalo o Imperador Vespasiano e seus filhos Tito e Domiciano, bem como pessoas da aristocracia romana, todos com trajes de púrpura, recamados de pedrarias.
Chegando ao Templo de Júpiter, Simão de Gioras foi flagelado com varas e decapitado; João de Giscala, levado à Prisão Mamertina, ali permaneceu até o final de seus dias. Depois se realizou um grande e solene banquete no Palácio Imperial, e outros menores em toda a Roma.
Os prisioneiros judeus mais jovens e resistentes foram posteriormente utilizados na construção do Coliseu, edificado entre os anos 72 e 80, com capacidade de abrigar 70 mil pessoas.
Flávio Josefo foi cumulado de benefícios por Vespasiano, e depois por Tito e Domiciano. Esse historiador judeu, em seus escritos, enalteceu Nero e chegou a afirmar que Vespasiano possuía as características do Messias. E a Domiciano, que posteriormente se tornou imperador e perseguiu ferozmente os cristãos, teceu vários elogios. Assim se compreende o motivo dos favores imperiais que recebeu…
A Igreja está sendo castigada
De tudo o que aconteceu a Jerusalém podemos tirar lições.
Considerando a onda avassaladora de pecados que devasta a humanidade e, de modo especial, o que ocorre com a Igreja, os verdadeiros católicos pressentem que virá “um acontecimento […] que seja para a civilização atual o que a queda de Jerusalém, o incêndio do Templo e a dispersão do povo foram para os judeus. Quer dizer, um castigo final e uma liquidação na mesma proporção”.
Comenta o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
“Quando temos em vista que nos encontramos, portanto, na pista do castigo, não podemos deixar de entender que essa fabulosa crise que se desenrola na Igreja está na linha desse castigo.
“Quando consideramos uma entidade como a Igreja, que está sendo castigada – pois o que está ocorrendo com a Igreja é, segundo toda a evidência, um castigo –, e vemos que a Santíssima Virgem prometeu uma punição ao mundo, do qual essa entidade é o eixo, entendemos que, atingindo o eixo, a punição atinge toda a circunferência e, portanto, essa crise que lavra dentro da Igreja está compreendida, implícita ou explicitamente, nos castigos profetizados em Fátima.
“Agora, poderíamos nos perguntar se esta situação dentro da Igreja não foi realmente prenunciada em Fátima. Se Nossa Senhora tivesse prenunciado em Fátima o castigo da Igreja, é certo que isso teria sido mantido secreto. Ora, há um segredo que ainda está sendo mantido, o que leva a crer ser esse um dos elementos do segredo.
“A Santíssima Virgem deve ter dito coisas muito duras a respeito do futuro da Igreja e do clero. E porque não se deu importância a isso, naturalmente aconteceu o que Ela prometeu.
Virá também a punição do mundo
“Então, em vista disso, não podemos considerar que os castigos preditos por Nossa Senhora em Fátima estão por se realizar, mas nós devemos julgar que já começaram a acontecer. […] “A Igreja é o centro do gênero humano, uma sociedade espiritual, o que há de mais elevado entre os homens; e toda a História gira em torno dela. A Igreja é o que Nossa Senhora mais ama na Terra. A salubridade da Igreja é a condição para a salubridade de todas as coisas morais e espirituais nesta Terra. […]
“Então, o castigo da Igreja nos faz ver que seria muito de espantar se não viesse a punição para o mundo.[…] “Portanto, precisamos ver já em curso todos os castigos profetizados por Nossa Senhora. Isso deve nos levar a preparar as nossas almas para crer na mensagem de Fátima.
Deus fará uma devastação no campo adversário
Por sua vez, afirma Monsenhor João Clá que hoje há “o domínio do próprio satanás que, a continuar o mundo no rumo atual, não tardará a se fazer adorar pela humanidade inteira. […] “Nosso Senhor Jesus Cristo, porém, prometeu que as portas do Inferno jamais prevaleceriam contra a Igreja (cf. Mt 16, 18). […]
“Por conseguinte, quando o poder das trevas parece chegar ao auge e dir-se-ia que o demônio e seus sequazes destruiriam a Esposa Mística de Cristo, Deus vê-Se na necessidade de intervir, fazendo nascer dessa terrível situação a vingança contra todo o mal antes praticado.
“Ora, a vingança de Deus não pode ser comparada com a humana, comumente tisnada pelo egoísmo e outras paixões, nem sequer com a angélica. Deus é o Ser Infinito e, portanto, quando resolve intervir dessa forma, é Vingança Infinita.
“Logo, fará Ele uma devastação no campo adversário pela qual não apenas não sobrará pedra sobre pedra, como a pedra será reduzida a pó e o pó será deglutido pelo ar e pelas águas.”
Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História da Igreja” – 16)
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1- Cf. DARRAS, Joseph Epiphane. Histoire Génerale de l’Église. Paris : Louis Vivès. 1869, v. VI, p. 488.
2- CLÁ DIAS, João Scognamiglio, EP. O dom de sabedoria na mente, vida e obra de Plinio Corrêa de Oliveira. Cidade do Vaticano: Libreria Editrice Vaticana; São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae. 2016, v. III, p. 347.
3- CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. O Deus das vinganças está Se aproximando e vai vencer. In revista Dr. Plinio, São Paulo. Ano XXI, n. 242 (maio 2018), p. 20.
4- CLÁ DIAS, João Scognamiglio, EP. Plinio Corrêa de Oliveira, um profeta para os nossos dias. São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae. 2017, p. 269-270.
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