Cardeal Pietro Parolin aborda temas sobre a política internacional
Em entrevista à televisão italiana, o Cardeal Pietro Parolin, secretário de estado do Vaticano, abordou temas importantes sobre a atualidade internacional tais como o Acordo com a China e as relações diplomáticas do Vaticano com a Ucrânia e a Rússia
Redação (04/09/2022 08:00, Gaudium Press) Em entrevista concedida na última sexta-feira, 1º de setembro, o Cardeal Pietro Parolin confirmou a viagem de uma delegação do Vaticano à China.
A visita dos membros da Santa Sé pode resultar eventualmente na renovação do Acordo de 2018, conforme explicou o secretário de Estado do Vaticano, em entrevista concedida à rede RAI da televisão italiana.
O Acordo de 2018 prevê normas sobre a nomeação dos Bispos no país asiático. Os Bispos devem estar em comunhão com o Vaticano e devem ser plenamente chineses e católicos.
Encontro entre o Papa e o Patriarca Kirill e a guerra na Ucrânia
Outros temas foram abordados na entrevista que ocupou o horário nobre da televisão, tais como a guerra e sua repercussão mundial.
O Cardeal Parolin também abordou o tema sobre um possível encontro com o Patriarca Kirill e o tema a ser abordado pelos dois.
O secretário de Estado afirmou que “Os efeitos da guerra sobre as relações com Moscou e o Patriarcado ortodoxo estavam em primeiro plano no encontro que o Papa deveria manter com o Patriarca Kirill”.
De fato, o encontro entre as duas autoridades religiosas aconteceria no Cazaquistão por ocasião do Congresso das Religiões. Porém, a presença do patriarca russo foi cancelada.
O Cardeal Parolin então explicou que: “este encontro deverá ser bem preparado para produzir frutos. No entanto, o diálogo com a Igreja Ortodoxa continua, apesar da sua tradição, que a caracteriza por se identificar mais com as autoridades do seu país.”
Eventual visita do Papa à Ucrânia
Ainda sobre a temática Ucrânia-Rússia, o Cardeal afirmou que as relações com a Ucrânia continuam as mesmas e que o Papa está decidido a visitar o país quando as condições permitirem e “quando a sua visita for útil para a paz e não para fazer apenas uma foto de circunstância.”
O Cardeal explicou também que “do ponto de vista diplomático, a Santa Sé permanece aberta a todos, tanto aos agressores quanto aos agredidos, com o intuito de se chegar a uma trégua e uma paz duradoura”.
Sobre a política italiana
Sobre a atual situação política da Itália, o Cardeal secretário de Estado comentou a propósito da diminuição dos católicos nos setores políticos e sobre a secularização da sociedade.
O Cardeal explicou que a sociedade tende a relegar a religião a um segundo plano, o que é inaceitável devido à “dimensão social e histórica do cristianismo.” Por isso, embora não tenha feito sugestões políticas, Parolin afirmou que “a presença dos católicos na política é importante, como é importante também a sua contribuição”. (FM)
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