Cardeal Müller: Os bispos são representantes de Cristo e não funcionários da Santa Sé
O cardeal fez declarações por ocasião do prêmio “Leão de Ouro de Veneza pela Paz”.
Redação (21/10/2021 10:26, Gaudium Press) O Cardeal Prefeito Emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, Gerhard Ludwig Müller, foi agraciado com o “Leão de Ouro de Veneza pela Paz”.
Por ocasião da premiação, ele concedeu declarações, das quais reproduzimos textos destacados pela Infocatolica.
O purpurado alemão incentivou a conhecer os nomes dos bispos “que são capazes de dialogar com as pessoas de hoje que possuem um alto nível intelectual, mas não os nomes dos cortesãos que bajulam o príncipe”.
Mencionando o texto da Escritura – “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos estabeleceu como guardiães, como pastores da Igreja de Deus que ele adquiriu com o seu sangue”. (At 20, 28) –, ressaltou que os bispos não são funcionários da Santa Sé, mas “têm uma responsabilidade como representantes de Cristo e não como delegados do Papa”.
Na entrevista, que concedeu por ocasião do prêmio veneziano, afirmou que “o Papa Bento XVI me pediu para publicar sua ‘Opera omnia’ em 16 grandes volumes”; escrito este que “tem a qualidade teológica de um Padre da Igreja da Idade Moderna”.
A Igreja não é uma ONG, é o corpo de Cristo
Sobre o carisma do Papa Francisco, o Cardeal Müller disse que “é o seu compromisso com os pobres”, ampliando os horizontes para as periferias.
Disse também que “a igreja não é e não pode ser uma ONG, nem se tornar uma organização religiosa-social a caminho de um paraíso terrestre que vai falir, mas antes é um organismo vivo, o corpo de Cristo, que é sua Cabeça universal e seu Salvador. As pessoas não podem reformar ou reconstruir a Igreja como lhes convém, mas é Deus quem nos reforma, nos renova para que sejamos bons cristãos, membros vivos do seu corpo (eclesial através dos sacramentos); Cristo é a Cabeça. Os bispos, e também o Bispo de Roma, são apenas seus servos (1 Cor 4,1). (1 Cor 3,11). Esta palavra divina deve ser a máxima do próximo sínodo”.
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