Cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos, é acusado de agressão sexual
O cardeal Marc Ouellet, prefeito do Dicastério para os Bispos, está sendo acusado de agressão sexual em uma ação civil movida contra a Arquidiocese de Quebec.
Redação (18/08/2022 10:45 Gaudium Press) A ação coletiva movida em 16 de agosto de 2022 inclui o testemunho de 101 pessoas que dizem ter sido agredidas sexualmente por clérigos ou membros e funcionários da Igreja desde 1940 até hoje. Ao todo, oitenta e oito clérigos estão sendo acusados por agressões sexuais, no processo.
Supostas atitudes inapropriadas
O Cardeal Marc Ouellet, Prefeito para a congregação dos Bispos, também é acusado de agressão sexual. A suposta vítima é uma mulher, antiga estagiária de agente de pastoral.
Ela afirma que foi assediada e agredida algumas vezes pelo Cardeal entre 2008 e 2010, quando ele era Arcebispo de Quebec.
Em 2008, durante uma refeição beneficente, em Beauport, ela teria visto o Cardeal Ouellet pela primeira vez. Ouellet teria massageado seus ombros e acariciado suas costas.
Em 2010, a estagiária se encontrou novamente como o Cardeal em um evento público, por duas vezes. Ele então a teria beijado afirmando que “não há mal em ceder um pouco” conforme consta no processo de acusação.
A mulher, que se identifica simplesmente pela letra “F”, afirmou então que o Cardeal teria acariciado suas costas e deslizado as mãos até suas nádegas.
Um sacerdote também é acusado de agressão sexual
A mulher também afirma ter sido agredida sexualmente por outro sacerdote da diocese, padre Léopold Manirabarusha, em 2016. O sacerdote foi suspenso de seus ministérios em abril de 2022.
Mais recentemente, em fevereiro de 2021, a vítima escreveu uma carta ao Papa Francisco, na qual se queixou das agressões do Cardeal Ouellet.
Ela recebeu um e-mail em 23 de fevereiro de 2021, informando que o padre Jacques Servais investigaria o Cardeal.
Sua última comunicação com Servais foi no mês seguinte e, até agora, “nenhuma conclusão sobre as queixas contra o cardeal Marc Ouellet foi enviada” para a suposta vítima.
Outra ação coletiva foi movida contra os Irmãos das Escolas Cristãs. Nesse caso, 193 supostas vítimas acusam 116 Irmãos De La Salle de agressão sexual.
Prefeito da congregação para os Bispos e sua atitude face aos abusos
Ouellet, 78 anos, foi ordenado sacerdote da Diocese de Amós em 1968, aos 23 anos. Ingressou nos Sulpicianos em 1972. Em 2001, ele foi nomeado secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e ordenado Bispo.
Foi arcebispo de Quebec entre 2002 e 2010, quando foi nomeado prefeito da Congregação para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Ouellet tem falado abertamente sobre abuso sexual e sobre estratégias para melhorar a formação dos futuros sacerdotes.
Em uma reunião de 2018 dos Presidentes das Conferências Episcopais da Europa, ele disse: “Precisamos da participação de mais mulheres na (formação) de padres” para evitar abusos.
Maior participação de mulheres na Igreja
Ele reiterou este ponto em uma entrevista de 2020 com Donne Chiesa Mondo, dizendo: “para o padre, aprender a se relacionar com as mulheres no contexto da formação é um fator humanizador que promove o equilíbrio da personalidade e afetividade do homem”.
O cardeal disse acreditar que a Igreja se beneficiaria significativamente de uma presença maior de mulheres nas equipes de formação do seminário, como professoras de teologia, filosofia e espiritualidade, e “em particular no discernimento vocacional”.
Em carta de outubro de 2018, Ouellet disse que o fato foi comunicado a Vigano em 2011 que McCarrick “teve que obedecer a certas condições e restrições por causa de rumores sobre seu comportamento no passado” e que ele “foi fortemente instado a não viajar e não comparecer em público, para não provocar mais rumores sobre ele. É falso apresentar as medidas tomadas contra ele como ‘sanções’ decretadas pelo Papa Bento XVI e anuladas pelo Papa Francisco”. (FM)
Adaptado do Original Gaudiumpress.ca, de Raju Hasmukh
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