Cardeal George Pell afirma ter sofrido “hostilidade” e “perseguição” por ser “conservador”
Em um livro escrito enquanto estava na prisão o Cardeal George Pell afirma: “Meu conservadorismo social e a defesa da ética judaico-cristã exacerbaram a hostilidade popular, especialmente entre os militantes leigos”.
Roma (03/10/2020, 01:00, Gaudium Press) O ex-secretário de finanças do Papa Francisco relata sua estada em uma cela de prisão de Melbourne, de sete metros por dois, no mesmo setor que um “terrorista muçulmano”
“Meu conservadorismo social e a defesa da ética judaico-cristã exacerbaram a hostilidade popular, especialmente entre os militantes leigos”, considera.
O Cardeal chegou a Roma na quarta-feira, vindo da Austrália, depois de uma ausência de três anos.
Falando a propósito de do fato de ser considerado um militante do conservadorismo, ele expressou sua preocupação com uma lei que foi votada em um referendo em 2017 que legalizou em seu país os “casamentos” entre pessoas do mesmo sexo.
O cardeal australiano que foi absolvido de infundadas acusações de abuso contra menores em seu país e acaba desembarcar em Roma.
Livro escrito na prisão será publicado nos Estados Unidos pela Editora Ignatius Press
Enquanto esteve na prisão escreveu um livro onde afirma que, por ser considerado defensor do “conservadorismo” dentro e fora da Igreja, isso poderia “exacerbar a hostilidade popular” contra ele.
Em trechos mostrados na quinta-feira (01/10) na publicação religiosa mensal italiana “Il Timone”, o ex-secretário de finanças do Papa Francisco relatou sua estada em uma cela de prisão de Melbourne, de sete metros por dois, na mesma seção que um “terrorista muçulmano” e próximo a outros detidos que “gritavam desesperadamente à noite”.
O Cardeal George Pell, que em março de 2019 relatou sua emoção ao receber, em um dia, 80 cartas de apoio, confirma seu grande apego aos valores conservadores da Igreja e avalia que suas posições o podem ter prejudicado:
“Meu conservadorismo social e a defesa da ética judaico-cristã exacerbaram a hostilidade popular, especialmente entre os militantes leigos”, considera.
O cardeal, que em 2002 se recusou a dar a comunhão a casais homossexuais na Austrália, fala com preocupação sobre a legalização em seu país dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, que foi aprovada em um referendo em 2017.
Na próxima primavera, um livro que o Cardeal escreveu na prisão virá a público em inglês, editado nos Estados Unidos pela Ignatius Press.
Cardeal volta a Roma após ser absolvido de acusações em seu país
O ex-secretário de Economia do Papa Francisco chegou a Roma, vindo da Austrália, na quarta-feira, após uma ausência de três anos.
O cardeal foi condenado em março de 2019 a seis anos de prisão por acusação infundada de abuso contra dois acólitos que supostamente teria acontecido em 1996 e 1997, na Catedral de São Patrício, em Melbourne (sudeste), da qual foi arcebispo.
A condenação do Cardeal foi mantida em apelação e finalmente foi anulada pelo Tribunal Superior da Austrália, que o absolveu, em abril de cinco acusações. O Cardeal ficou preso por mais de um ano. (JSG)
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