Cardeal Duka: o dilema dos católicos alemães
Mais de 500 mil fiéis saíram da Igreja Católica. Segundo o cardeal, esses números não se referem à saída real da Igreja Católica, mas à recusa em pagar o imposto da Igreja.
Redação (21/07/2023 10:28, Gaudium Press) O Cardeal Dominik Jaroslav Duka, O.P., atual arcebispo emérito de Praga, teceu alguns comentários a respeito do número recorde de fiéis que saíram da Igreja Católica na Alemanha. Trata-se de mais de 500 mil fiéis – o maior número foi registrado na Baviera.
O Cardeal Duka ressalta que esses números não se referem à saída real da Igreja Católica, mas à recusa em pagar o imposto da Igreja. Na Alemanha, para ser membro de uma Igreja (Católica ou protestante), é necessário pagar o Kirchensteuer – ou imposto da Igreja – dízimo que é cobrado diretamente sobre os salários, sendo recolhido pelos bancos e debitado em conta.
Segundo o cardeal, a razão para isso não é a perda da fé ou a rejeição da Igreja, mas a posição do Comitê Central dos Católicos Alemães e do próprio episcopado em relação ao Caminho Sinodal Alemão. O cardeal também lembra das calúnias e intrigas intra-eclesiásticas das quais Bento XVI foi vítima. Ele acrescenta que entre as pessoas que se recusam a pagar o imposto à Igreja também há aqueles que permanecem insatisfeitos com a atitude do Papa Francisco e dos cardeais da Cúria em relação ao Caminho Sinodal Alemão.
“A recusa em pagar o imposto da Igreja não é um problema novo. Isso já foi discutido após a reunificação alemã. A opinião do episcopado e do Comitê Central dos Católicos Alemães é de que essas pessoas não podem receber os Sacramentos, ou seja, não podem se casar na igreja, batizar crianças ou ter um funeral”. Dom Duka lembrou que o cardeal Ratzinger tinha uma opinião diferente, enfatizando que, neste caso, não se pode falar em excomunhão ou exclusão da Igreja. Já como Papa, recomendou que tais católicos buscassem o ministério espiritual nos países vizinhos. Com efeito, Dom Duka confirmou que na República Checa, na Eslováquia ou na Polônia “podemos dar os sacramentos a estas pessoas; elas podem se confessar e comungar conosco”.
Ele também critica os líderes da Igreja alemã, especialmente Dom Bätzing e o Cardeal Marx: “É necessário fazer um exame de consciência sobre como uma certa parte dos bispos, arcebispos e cardeais cuidam de seus deveres e mantêm seu juramento de fidelidade”.
Com informações Vatican News
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