Cardeal Cantalamessa faz convite para que se traga de volta a essência do Natal
O pregador da Casa Pontifícia conduziu a terceira e última meditação deste tempo do Advento feita à Cúria Romana com a presença do Santo Padre.
Cidade do Vaticano (17/11/2021 11:09, Gaudium Press) Na manhã desta sexta-feira, 17 de dezembro, o pregador da Casa Pontifícia, o frade capuchinho Cardeal Raniero Cantalamessa, conduziu a terceira e última meditação deste tempo do Advento feita à Cúria Romana com a presença do Santo Padre. A pregação, que ocorreu na Sala Paulo VI, no Vaticano, se concentrou nas seguintes palavras do Evangelho: “Nascido de uma mulher”.
Segundo Cantalamessa, a expressão “nascido de uma mulher”, encontrada na Bíblia, “indica o pertencimento à condição humana feita de fraqueza e mortalidade. Basta tentar tirar estas palavras do texto para nos darmos conta de sua importância. O que seria o Cristo sem elas? Uma aparição celeste, desencarnada”.
A mulher simbólica que é a Igreja e a mulher real que é Nossa Senhora
O religioso franciscano explica ainda que o termo “mulher” é utilizado por Jesus ao se dirigir à sua mãe em Caná e sob a cruz. É impossível não ver um elo, no pensamento de João, entre as duas mulheres: a mulher simbólica que é a Igreja e a mulher real que é Maria. Este elo é explicitado na ‘Lumen Gentium’ do Vaticano II que trata de Maria dentro da constituição sobre a Igreja.
Em seguida, o pregador recordou de um ícone muito difundido entre os cristãos ortodoxos, chamado de ‘Panhagia’, isto é, a Toda Santa. Nele, é possível ver Nossa Senhora de pé, em seu peito, como que irrompendo de dentro, sobressai o menino Jesus. O olhar do devoto é atraído pelo menino, antes mesmo que pela mãe. Ela, por sua vez, está com os braços erguidos, convidando a olhar para Ele.
Quem olha para a Igreja deveria ver Jesus
“Assim deveria ser a Igreja! Quem a olha não deveria se deter nela, mas ver Jesus. É a luta contra a autorreferencialidade da Igreja, sobre a qual frequentemente têm insistido os dois últimos Sumos Pontífices, Bento XVI e o Papa Francisco”, frisou o pregador da Casa Pontifícia.
Concluindo sua meditação, o frade capuchinho voltou seu pensamento a Nossa Senhora, fazendo uma importante exortação para que se traga de volta a essência do Natal. “Vamos imitá-la reservando para nós alguns momentos de verdadeiro recolhimento para fazer nascer Jesus em nossos corações. A melhor resposta à tentativa da cultura secularizada de eliminar o Natal da sociedade é internalizá-lo e trazê-lo de volta à sua essência”, afirmou o religioso. (EPC)
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