Camarões: não se pagará resgate pelos católicos sequestrados
“Não pagaremos nem um centavo” aos sequestradores das 9 pessoas capturadas no ataque à Igreja de Santa Maria, afirmou o Arcebispo de Bamenda.
Redação (23/09/2022 14:34, Gaudium Press) O presidente da Conferência Episcopal dos Camarões e Arcebispo de Bamenda, Dom Andrew Nkea Fuanya, declarou que o pagamento do resgate exigido pelos sequestradores “criaria um precedente perigoso”.
Dom Nkea informou que os sequestradores, que pertencem às fileiras dos combatentes separatistas, pediram inicialmente um resgate de US$ 100.000, depois abaixaram e acabaram pedindo US$ 50.000. O arcebispo também disse a repórteres que os separatistas alegaram ter atacado a Igreja de Santa Maria em Nchang, incendiando-a, porque a Igreja Católica não apoia sua luta.
O porta-voz da Conferência Episcopal de Camarões, Pe. Humphrey Tatah Mbuy, destacou que “houve sequestros de religiosos no passado, mas foram casos isolados. Tal ataque parece planejado, com a igreja queimada e nove pessoas sequestradas. Este é um caso inédito.”
A população anglófona – ressaltou a agência de notícias Fides – é a maioria no noroeste e sudoeste de Camarões, um país predominantemente francófono. Sentindo-se discriminado pelas instituições, especialmente nas escolas e tribunais, o ressentimento em relação ao Estado camaronês cresceu ao longo dos anos na população dessas áreas. Os protestos inicialmente pacíficos se transformaram em luta armada e, em 2017, na declaração de um estado independente, a “República Federal da Ambazônia”, que não é reconhecida pela comunidade internacional.
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