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Bruxelas: reunião de conservadores intimidada pela “polícia do pensamento” do prefeito

Semana passada, um prefeito de Bruxelas usou a polícia para interromper uma reunião dos Conservadores Europeus, da qual participou o Cardeal Müller. Ele denunciou a conduta agressiva do funcionário.

Foto: Vatican News

Foto: Vatican News

Redação (21/04/2024 11:06, Gaudium Press) Quando o Cardeal Gerhard Müller chegou à reunião, ficou impressionado com o grande contingente policial, porém não fazia ideia do verdadeiro significado por trás dessa demonstração de força.

Os acontecimentos se deram na terça-feira passada, dia 16. Tratava-se da Conferência dos Conservadores Europeus “NatCons”, realizada em Bruxelas, um encontro destinado a um público de inclinação ideológica específica, tal como muitos outros que ocorrem ao redor do mundo, mas, desta vez, na sede legislativa da Europa.

A presença policial, contudo, revelou-se desproporcional para simples medidas de segurança. Algo mais estava em jogo.

O subprefeito de um bairro da capital belga, Saint-Josse-ten-Noode, e deputado socialista de Bruxelas, Emir Kir, ordenou o encerramento da conferência: “A extrema direita não é bem-vinda… a visão [da NatCon] não se resume apenas a um conservadorismo ético (por exemplo, a oposição à legalização do aborto, uniões entre pessoas do mesmo sexo, etc.), mas também se concentra na defesa da ‘soberania nacional’, o que implica, entre outras coisas, uma ‘soberania eurocética'”, justificou o prefeito.

Como resultado, a polícia, agindo como “polícia do pensamento” nas mãos do prefeito esquerdista, procedeu ao fechamento do acesso à área onde o evento estava ocorrendo, por volta das 12h30.

Foram afetados, além dos participantes, algumas personalidades convidadas como o primeiro-ministro húngaro Orbán, o ex-primeiro-ministro polonês Morawiecki, a conservadora ex-ministra do Interior Suella Braverman, e o Cardeal Müller, entre outros.

Diante do escândalo que ganhou proporções internacionais, o primeiro-ministro belga De Croo reagiu, classificando a intervenção policial como “inaceitável”, uma vez que “a proibição de encontros políticos é inconstitucional”. As reações mais fortes de perplexidade vieram da primeira-ministra italiana Meloni e do primeiro-ministro britânico Sunak. Viktor Orban aproveitou a ocasião para adicionar o seu toque de “humor” aos acontecimentos, enfatizando que a situação o incentiva a prosseguir a sua luta contra a “democracia iliberal” de Bruxelas, capital da Bélgica e sede do Conselho Europeu, da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu

A reação indignada do Cardeal Müller

O Cardeal Müller mostrou-se menos complacente e mais indignado com os acontecimentos, revelando também uma maior compreensão da situação. Ele conseguiu acessar o local e interagir com aqueles que chegaram cedo e não foram impedidos de entrar, tendo a oportunidade de “discutir publicamente a ideia da Europa cristã com um professor de Filosofia da Universidade de Cambridge”, uma conversa para a qual foi convidado como teólogo.

Em declarações publicadas no portal Kath.net, o cardeal de Mainz descreveu aqueles que promoveram e aplaudiram o encerramento da conferência como “ativistas fascistas de esquerda [que] saudaram entusiasticamente a retirada do direito básico à liberdade de reunião dos organizadores, participantes e oradores deste congresso internacional e multicultural”.

O cardeal aproveitou para revelar detalhes polêmicos do “histórico” extremista do prefeito Kir: “Em seu frenesi de vitória sobre as centenas de visitantes, que foram difamados e rotulados como ‘direitistas’ e ‘nazistas’, foi ignorado o fato de que o prefeito local, responsável pela instrumentalização ilegal da polícia, havia sido até expulso do partido socialista porque, como relata a mídia, ele teria negado o genocídio armênio e teria vínculos com grupos terroristas na Turquia.”

Ademais, o Cardeal Müller voltou a sublinhar que “a tradição judaico-cristã da Europa é o melhor remédio contra o ataque aos direitos humanos fundamentais e o deslizamento das democracias pluralistas em direção a um sistema de governo totalitário”, um perigo já presente na Europa, por exemplo, na cidade de Bruxelas do prefeito socialista Kir.

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