Brasil expulsa embaixadora da Nicarágua
A decisão foi tomada tendo em vista o princípio da reciprocidade, que consiste em aplicar a outro país as mesmas regras aplicadas ao Brasil.
Redação (09/08/2024 09:35, Gaudium Press) O Brasil decidiu ontem expulsar a embaixadora da Nicarágua, Fúlvia Castro, do país, em reciprocidade a uma medida semelhante adotada pelo governo Ortega, após o embaixador brasileiro na Nicarágua, Breno Souza da Costa, não comparecer à comemoração do 45º aniversário da revolução sandinista, em 19 de julho.
Soube-se que o não comparecimento do embaixador Souza da Costa foi consultado junto ao Itamaraty.
A relação Lula-Ortega, que era bastante estreita, deteriorou-se principalmente depois que o ditador da Nicarágua ignorou o pedido de Lula da Silva para não perseguir religiosos católicos.
“Falei com o papa, e ele me pediu para falar com Ortega sobre um bispo que estava na prisão”, declarou Lula, referindo-se a Dom Rolando Álvarez, a quem o regime de Ortega forçou a deixar o país no início deste ano, após um longo período na prisão.
“O fato é que Ortega não atendeu ao telefone e não quis falar comigo. Então, nunca mais falei com ele”, acrescentou.
De resto, Lula quis distanciar-se do rumo que os acontecimentos estão tomando no país centro-americano, lamentando-se que isso esteja ocorrendo com “alguém que fez uma revolução como a que Ortega fez para derrotar (Anastasio) Somoza”. E, em seguida, acrescentou que hoje não se sabe “se essa revolução foi porque ele queria poder ou porque queria melhorar a vida do seu povo”.
Lula destacou que é importante que “haja uma alternância no poder”, pois “quando um líder coloca na cabeça que é indispensável ou insubstituível, é quando começa a nascer o espírito do ditador”.
Logo após sua expulsão, a embaixadora Castro foi nomeada ministra da Economia Familiar, de acordo com Rosario Murillo, esposa de Ortega, que, durante uma conversa com os jornalistas, evitou dar mais detalhes sobre o assunto.
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