Bispos da Escócia condenam projeto de lei do suicídio assistido
O projeto de lei poderia acabar pressionando pessoas vulneráveis e idosas a sentirem como se tivessem a “obrigação de morrer”, por se considerarem um “peso” para suas famílias e cuidadores.
Redação (20/08/2024 17:33, Gaudium Press) Os bispos escoceses condenaram veementemente o projeto de lei sobre a morte assistida para adultos com doenças terminais, apresentado pelo deputado Liam McArthur.
Se aprovado, o projeto permitiria que adultos com doenças terminais com mais de 16 anos recebessem assistência para acabar com suas próprias vidas.
Em sua declaração ao governo, os 10 bispos da Escócia expressaram grande preocupação com o projeto de lei, destacando que ele corrói a dignidade humana e prejudica os esforços para reduzir o suicídio, bem como fornecer aos pacientes terminais verdadeiros cuidados paliativos para aliviar a dor.
A medida estabelece que um paciente necessitaria da avaliação de dois médicos, que concordassem que ele está mentalmente apto e age livre de coerção. Os bispos, no entanto, observaram que o suicídio assistido representa um risco inerente de coagir pessoas vulneráveis.
Eles citaram um estudo recente realizado em Oregon, Estados Unidos, que revelou que mais de 40% das pessoas que obtiveram medicamentos para suicídio assistido mencionaram o fardo imposto à família, amigos e cuidadores como um dos motivos para tentar tirar a própria vida.
“Isso aponta para uma falha da sociedade no apoio e ajuda àqueles que mais necessitam, fazendo com que as pessoas vulneráveis, incluindo idosos e deficientes, se sintam pressionadas a acabar com suas vidas para reduzir o impacto sobre suas famílias, amigos, cuidadores e o Estado”, ressaltaram os bispos.
“Em tais situações, a opção pelo suicídio assistido deixa de ser apenas uma questão de ‘direito’ de morrer e se torna mais uma questão de sentir todo o peso e a expectativa de uma ‘obrigação’ de morrer.”
“A proposta, para ser franco, oferece uma alternativa rápida e barata em comparação aos cuidados paliativos”, escreveram os bispos. “Isso é repaldado pelas alegações contidas no projeto de lei do Sr. McArthur, que admitiu que é mais barato acabar com a vida do que prover cuidados. O foco deve estar em prover assistência, e não uma morte barata.”
Os bispos também afirmaram que quando a porta do suicídio assistido é aberta para determinados grupos, outros grupos e indivíduos também acabariam seguindo este caminho, sem se importar com as “proteções” iniciais.
Com informações CNA
Deixe seu comentário