Bispo norueguês explica por que prelados nórdicos emitiram carta sobre sexualidade humana
“Um Magistério nos foi confiado”, afirmou Dom Erik Varden, Bispo de Trondheim.
Redação (11/04/2023 10:34, Gaudium Press) Os bispos nórdicos assinaram conjuntamente uma carta sobre a sexualidade humana, inteiramente de acordo com o magistério secular católico, visto que, em que diversos episcopados, especialmente o alemão, rejeitam pontos fundamentais desta doutrina.
Em conversa com a CNA, Dom Erik Varden, bispo de Trondheim, na Noruega, explicou os motivos desta publicação neste momento.
“Obviamente, o tema está em nosso radar há muito tempo, como no de todos”, enfatizou o prelado à CNA. “A importância de dizer algo construtivo estava clara para nós.”
Os bispos abordaram a questão na assembleia plenária, em outono de 2022, e um de seus membros redigiu um documento que foi discutido na assembleia de março.
“Basicamente estávamos de acordo sobre o que queríamos dizer e como queríamos dizê-lo”, disse. “Quanto ao conteúdo, creio que também estávamos totalmente de acordo”.
Um monge que foi elevado à categoria episcopal
Varden, 48, era um monge trapista e escritor espiritual. Em 2020, foi consagrado bispo de Trondheim, no centro da Noruega.
“O que queríamos deixar claro era simplesmente que não estamos enviando esta carta como oito pessoas individuais que concordaram em algo e depois decidiram compartilhá-lo com o mundo”, explicou ele, “mas que fomos encarregados de um magistério, e esse magistério não consiste em difundir nossas próprias opiniões, mas em ensinar e apresentar com a maior clareza possível a verdade que nos foi dada”.
E acrescentou:
“O conceito de depósito da fé está profundamente enraizado na concepção cristã de transmissão. É extremamente útil lembrar que a tarefa de um bispo é preservar esse legado, que é muito vasto e amplo, e dar a conhecer ao povo as riquezas que ele contém”.
A carta dos bispos católicos da Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca e Islândia foi lida na hora dos sermões, durante o fim de semana de 25 e 26 de março. O bispo Varden declarou-se surpreso com o grande interesse que despertou.
“A carta é mais longa que um sermão normal, assim, ela foi uma mortificação quaresmal para os fiéis. Mas eles receberam muito favoravelmente”.
“Parte do nosso desejo era criar um ambiente onde as pessoas pudessem falar sobre isso sem polêmica”, explicou. O debate, acrescentou, deve ser “baseado na fé, nas Escrituras e na Cristologia”, ou seja, no estudo da pessoa de Jesus Cristo.
“Do ponto de vista cristão, uma antropologia separada da cristologia é manca e incompleta. E quando a Igreja fala sobre essas questões, deve fazê-lo a partir de seu tesouro particular de discernimento, ou seja, um discernimento cristocêntrico”, ressaltou Dom Varden.
Com informações do CNA/InfoCatolica.
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