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Bispo indiano acusado de abuso e homicídio é afastado de funções

O Vaticano anunciou o afastamento administrativo do Bispo indiano Dom Kannikadass William. O Bispo é acusado de agressão sexual, corrupção, sequestro e cúmplice de homicídios

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Redação (12/01/2023 10:10, Gaudium Press) Dom  Kannikadass A. William, de 57 anos de idade, será substituído no governo da diocese de Mysore pelo Arcebispo emérito de Bangalore, Dom Bernard Moras, quem assumirá a função de administrador apostólico.

A diocese de Mysore fica próxima de Bangalore, no sudeste da Índia e conta com cerca de 113 mil católicos e 80 paróquias.

As acusações dos sacerdotes 

Em 2019, 37 sacerdotes da diocese enviaram ao Vaticano uma missiva pedindo a renúncia de Dom William. O motivo da carta se deveu a condutas inapropriadas do Bispo. Os remetentes afirmavam que: o Bispo gerou vários filhos com, pelo menos, quatro mulheres diferentes; entretinha uma relação próxima com policiais, burocratas e políticos corruptos; e tinha relações com o crime organizado.

A partir da carta, o Vaticano abriu uma investigação interna que contava com três prelados indianos, em fevereiro de 2021. No mesmo ano, um grupo de 22 sacerdotes e 91 leigos enviaram uma carta ao Cardeal Luis Antonio Tagle, do Dicastério para a Evangelização, pedindo a destituição de Dom Kannikadass William.

Os senhores ofereceram tudo de si mesmo, ofereceram toda a sua vida, ofereceram tudo para o serviço de Deus e do próximo. Tornem-se também testemunhas confiáveis de Cristo no mundo, disse o Bispo de Jaipur a dois novos sacerdotes ordenados em plena Pandemia do coronavírus.

Acusação de participação de homicídios

Em 2022, outros onze sacerdotes da diocese se encontraram com o Dom Leopoldo Girelli, núncio apostólico na Índia, para reivindicar a demissão do Bispo de Mysore.

No mesmo ano, o sacerdote Gnana Prakash escreveu outra carta ao núncio apostólico. Sua mensagem trazia novas acusações contra o prelado indiano. Padre Prakash acusava Dom William de estupro, desvio de dinheiro e de cumplicidade na morte de quatro sacerdotes que assinaram a carta de 2019 e que depois morreram em circunstâncias misteriosas.

Comemoração pela decisão do Vaticano

O sacerdote comemorou a decisão do Vaticano de afastar administrativamente Dom Kannikadass A. William das funções da diocese. Dominic Lobo, eminente defensor dos Direitos Humanos, afirmou que o Vaticano demorou muito tempo para tomar uma atitude e que esta foi muito superficial.

Por sua parte, Dom Kannikadass A. William sempre negou as acusações e afirma que os sacerdotes buscam manchar sua imagem a fim de impedir as tentativas de reforma na diocese. A Santa Sé não forneceu mais detalhes sobre o afastamento do prelado. (FM)

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