Bispo francês lamenta dessacralização da Liturgia
Dom David Macaire, Bispo da ilha de Martinica, lamentou a “dessacralização da liturgia” que se verifica em tantas celebrações ao redor do mundo, e exortou os fiéis a executarem cada detalhe litúrgico com respeito e piedade
Redação (04/11/2022 09:50, Gaudium Press) Comentando a recente Carta Apostólica do papa Francisco “Desiderio desideravi” (Tenho desejado ardentemente), sobre a formação litúrgica, o bispo de Fort-de-France, território francês na ilha de Martinica, Dom David Macaire, lamenta a “dessacralização da liturgia” em muitas celebrações católicas.
Os funerais da Rainha da Inglaterra
As recentes cerimônias dos funerais em homenagem à falecida rainha Isabel II de Inglaterra fizeram o bispo sonhar: “sonhei que Nosso Senhor merecia Ele também, nas nossas celebrações litúrgicas, uma devoção semelhante e muito mais ainda!”.
“Fiquei impressionado pelo cadre pomposo que rodeou os funerais da rainha da Inglaterra. Sem exaltar os efeitos, o cerimonial conseguiu transcender as emoções mediante coreografias sóbrias, ao mesmo tempo faustosas e humildes, e perfeitamente ordenadas. O fato de atentar-se a cada detalhe, cada gesto, cada movimento, testemunhava, mais do que gritos e lágrimas, amor e respeito! Os cantos religiosos convidavam à oração e ao aprofundamento”.
Falta de piedade e respeito nas comunhões
Comparando com certas celebrações litúrgicas, o bispo pondera: “Para um bom católico, é algo quase banal poder, todos os domingos, e até todos os dias, se aproximar do Corpo e do Sangue daquele que os profetas, desde Abraão, desejaram ver”. Mas lamenta o prelado: “nas comunhões falta piedade, até mesmo respeito”.
E enfatiza: “nós misturamos a Eucaristia com todo gênero de manifestações, como se fosse preciso ‘apimentar’: danças e desenhos dos meninos do catecismo, cerimônias para honrar pessoas, discursos sócio-políticos ou teológicos, matrimônios em que os convidados não são cristãos…”
Dessacralização da Liturgia
Citando o papa Francisco, ele afirma claramente: “Estamos dessacralizando a liturgia porque ‘confundimos a simplicidade com a banalidade rasteira’ (“Desiderio desideravi”, 22). Introduzindo no ritual “danças, vibrações, emoções, percussões agressivas…”.
O bispo conclui pedindo, com o papa Francisco, que “todos os aspectos do celebrar devem ser cuidados (espaço, tempo, gestos, palavras, objetos, vestes, canto, música, …) e todas as rubricas devem ser observadas: bastaria esta atenção para evitar subtrair à assembleia aquilo que lhe é devido, isto é, o mistério pascal celebrado na modalidade ritual que a Igreja estabelece” (“Desiderio desideravi”, 23). (JMJA)
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