Bispo francês pede afastamento temporário do cargo por fadiga excessiva
O Bispo da diocese de Nevers, na França, pediu um período de afastamento do governo da diocese. O Epíscopo descreveu que sofre com um estado de fadiga excessiva e princípio de burn-out
Redação (30/12/2022 08:00, Gaudium Press) O Bispo da diocese francesa de Nevers, Dom Thierry Brac de La Perrière, anunciou que deixará o governo da diocese para viver um período de repouso sabático.
O Bispo pediu ao Papa Francisco um período de seis meses a partir do dia 2 de janeiro de 2023. Durante este tempo, a Santa Sé deve nomear um administrador apostólico para governar a diocese.
Dom Thierry explicou que a decisão foi tomada por causa de um estado de fadiga excessiva: “Estou em estado de fadiga, o que significa que não sou completamente capaz de realizar minha tarefa corretamente”, explicou o Bispo de Nevers.
A difícil posição de um Bispo
“O Bispo deve estar muito presente entre as pessoas, mantendo uma certa distância. Não é uma posição fácil de manter, é um equilíbrio difícil de encontrar”, disse Dom Thierry.
Ele explicou que as solicitações são numerosas na diocese e que é difícil carregar o peso das decisões. Soma-se a isso, a crise pela qual passa a Igreja Católica na França, com as revelações de novos casos de abuso sexual por parte de membros da alta hierarquia.
Diante deste contexto, ele reconhece que seu pedido de período sabático pode ser interpretado como relacionado direta ou indiretamente a novos casos de violência sexual.
Com efeito, em 2019, Dom Thierry Brac de La Perrière foi julgado por não ter denunciado os abusos do sacerdote Bernard Preynat, em 2011.
Cansaço e burn-out entre os prelados
Contudo, Dom Thierry afirma que sua partida para o um período de repouso se deve unicamente a um início de burn-out e lassidão:
“Preciso levar as coisas de uma maneira mais profunda. Não dá para administrar as coisas assim, dia após dia… Existe o cansaço, mas não há nada dramático, só preciso descansar”, afirmou o Bispo.
Ele ainda afirmou que seu caso não é único entre os Prelados. Outro Bispo obteve um período sabático de três meses, outro se pergunta sobre a possibilidade de solicitar um período de descanso. (FM)
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