Bem-aventurada Albertina Berkenbrock
No dia 15 de junho, celebra-se a memória da Beata Albertina Berkenbrock, assassinada aos doze anos em São Luís, Estado de Santa Catarina, por defender heroicamente a sua castidade.
Redação (15/06/2024 11:21, Gaudium Press) Filha de um casal de agricultores, Henrique e Josefina Berkenbrock, a mártir brasileira da pureza, Albertina Berkenbrock, nasceu no dia 11 de abril de 1919 na comunidade de São Luís, paróquia São Sebastião de Vargem do Cedro, município de Imaruí, Estado de Santa Catarina.
Aos 12 anos de idade, no dia 15 de junho de 1931, Albertina foi brutalmente assassinada por escolher preservar a sua pureza espiritual e corporal, devido à sua fé e fidelidade a Deus. E ela o fez com heroísmo: preferiu antes morrer que pecar.
O martírio
Naquela ocasião, atendendo a um pedido do seu pai, a jovem partiu em busca de um boi desaparecido. Por acaso, encontra perto de uns animais – que julgava ser o boi desaparecido – Maneco, um empregado da casa de seus pais, carregando feijão na carroça.
Ela indagou a ele sobre o paradeiro do animal e o indivíduo apontou uma direção incorreta, levando a moça para um local onde tentou satisfazer seus desejos impuros. No entanto, Albertina não se deixou submeter. Resistiu com coragem e determinação, não cedendo às investidas do agressor.
Ao ser derrubada, a jovem cobriu-se o máximo possível com seu vestido e, não sendo capaz de derrotá-la, Maneco desferiu um golpe de canivete em seu pescoço, ceifando a vida de Albertina. Nesse instante, “seu corpo está banhado em sangue… Sua pureza e virgindade, no entanto, permanecem intactas”.
A notícia do seu martírio e sua subsequente fama de santidade se espalharam rapidamente, sem que ninguém duvidasse de suas virtudes, que foram observadas e vividas por ela de maneira clara e convincente, apesar de seus poucos anos de vida.
Santidade
Ela era extremamente sensível em sua relação com Deus, em questões espirituais, bem como em suas interações com as outras pessoas e suas necessidades.
Seus pais e familiares souberam educar Albertina na fé, esperança e caridade – as virtudes teologais. Eles transmitiram a ela, por meio de suas vidas e de seu ensinamento, todas as verdades reveladas na Sagrada Escritura.
E Albertina correspondeu a tudo com grande generosidade de alma, buscando inspiração e força em Deus para viver, algo que se tornou espontâneo para ela. Ela encontrava alegria na oração, seja individualmente, em família ou em sua pequena comunidade, e participava ativamente da vida religiosa de sua paróquia.
“Foi o dia mais belo de minha vida!”
Quando chegou a época da preparação catequética para os Sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, Albertina se destacou pela maneira diligente e generosa com que se preparou.
Sua “primeira confissão” tornou-se como que uma porta aberta para se confessar regularmente, e a “primeira comunhão” foi para ela um momento extraordinário, uma experiência única de mística ordinária que a levou a afirmar:
– Foi o dia mais belo de minha vida!
A partir de seu ‘dia mais feliz’, não deixou mais de participar da Eucaristia, tornando esse Sacramento “fonte e ápice de sua vida cristã”. Com a sua forma simples de expressar-se, gostava de falar do mistério eucarístico como sendo uma experiência do amor de Deus.
Devoção a Nossa Senhora e a São Luís Gonzaga
Assim como todo predestinado, Albertina também nutriu uma devoção muito filial a Nossa Senhora. Ela venerava com um verdadeiro carinho, mais amoroso que erudito, a Virgem das Virgens, tanto no interior de sua casa, no ambiente da família, como entre os irmãos na Fé, na igreja da comunidade.
Ao rezar com empenho a oração do rosário, recitando com seus familiares, frequentemente entregava a Nossa Senhora sua alma e sua salvação eterna.
Sua devoção a São Luís de Gonzaga, o santo padroeiro de sua pequena cidade, era algo muito especial e providencial, pois a aproximou muito do jovem santo, que a Igreja reconhece como um modelo de pureza.
Essa afinidade espiritual foi fundamental para fortalecê-la no momento em que precisou defender, com sua própria vida, a virtude angélica que os dois praticavam e amavam tanto.
Formação na família
Albertina também foi moldada pela educação religiosa que recebeu de sua família, o que a levou a praticar outras virtudes cristãs, como a bondade, a hospitalidade, a ternura, a docilidade e o serviço ao próximo por amor a Deus.
Ela era exemplar em sua obediência e incansável tanto em suas atividades laborais quanto nos estudos. Além disso, demonstrou um espírito de sacrifício, paciência, confiança e coragem notáveis.
Suas atitudes na família e na comunidade irradiavam ao perfume das virtudes, servindo de exemplo e inspirando o bem. Sua paciência diante das atitudes desrespeitosas e ataques de menosprezo dirigidos a ela a tornou muito admirada.
A sua coragem em dizer não e entregar a vida por amor à virgindade é o principal motivo da difusão do seu culto.
De fato, é algo belo que a primeira bem-aventurada brasileira de nascimento seja uma jovem mártir da castidade, mostrando assim que Deus deseja jovens santos e puros para o Brasil! Com frequência, a prática da castidade é interpretada como um fardo pesado e uma obrigação imposta que nos afasta da felicidade. Isso, no entanto, não condiz com a realidade. A pureza concede àqueles que a praticam a felicidade mencionada por Nosso Senhor no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Viver este Mandamento traz alegria, paz de espírito e, como o próprio exemplo de Albertina nos mostra, uma extraordinária fortaleza.
A solene celebração da Beatificação de Albertina teve lugar em 20 de outubro de 2007, diante da Catedral Diocesana de Tubarão.
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