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Aumenta a pressão externa contra a ditadura de Ortega

A OEA espera que seja aprovada a condenação ao regime de Ortega e defende a libertação dos presos políticos, entre os quais se destaca Dom Rolando Álvarez.

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Redação (21/06/2023 09:30, Gaudium Press) O ataque do regime de Ortega à Igreja Católica da Nicarágua continua, mas a pressão internacional também aumenta, exigindo respeito pelas liberdades mais fundamentais desse regime.

Aparecem as sequelas do congelamento de contas bancárias a entidades eclesiásticas no país centro-americano: o Seminário Nacional Propedêutico San Juan Pablo II, localizado em Bluefields, fechou. A medida atinge 27 seminaristas, provenientes de várias cidades do país.

“Os ataques da ditadura contra a Igreja Católica nicaraguense forçaram o fim do primeiro semestre, mas não será possível abrir para o segundo semestre por falta de fundos”, disse a ativista e pesquisadora Martha Paredes, que tem documentado todos os ataques à Igreja na Nicarágua.

Movimentos Externos pela liberdade na Nicarágua

Começa hoje, dia 21 de junho, a 53ª sessão ordinária da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), na qual se espera que seja aprovada uma nova resolução sobre a crise na Nicarágua, condenando a repressão do regime e solicitando a libertação do bispo de Matagalpa, Dom Rolando Álvarez, e de todos os presos políticos.

Em uma carta aberta, um grupo de 56 nicaraguenses exilados e desnacionalizados pela ditadura exige “que o governo de Ortega Murillo, resultado de uma farsa eleitoral em 2021, seja declarado ilegítimo por esta 53ª Assembleia Geral da OEA”. Eles também rejeitam as tentativas da delegação diplomática brasileira de suavizar os termos com que a Declaração havia sido redigida.

A resolução desta assembleia se somará a uma semelhante aprovada em 15 de junho, no Parlamento Europeu, pedindo à ditadura de Ortega provar que Dom Álvarez está vivo. É a sétima resolução deste Parlamento sobre a Nicarágua face ao “desvio totalitário do regime liderado por Daniel Ortega e Rosario Murillo”, segundo informa o site do Parlamento Europeu.

Da mesma forma, promovida pelo ex-candidato presidencial Félix Maradiaga, foi lançada, nos últimos dias, a campanha internacional “Fim da detenção arbitrária” em Genebra, que busca o estabelecimento de um tratado internacional contra a detenção injustificada de pessoas envolvidas em atividades políticas. O rosto representativo desta campanha será o de Dom Rolando Álvarez. A campanha busca dar visibilidade a esse tipo de perseguição, principalmente na Nicarágua.

Dom Rolando Álvarez já cumpriu 10 meses de prisão, desde 19 de agosto do ano passado, quando a polícia invadiu a Cúria de Matagalpa e o levou à força para Manágua. Além disso, em um processo sumário e com acusações “sob medida”, o regime condenou o prelado a 26 anos de prisão em 10 de fevereiro.

Ademais, de acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Colectivo de Derechos Humanos Nicaragua Nunca Más, 605.043 nicaraguenses deixaram o país nos últimos 5 anos, 9% da população total, devido à repressão do regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo contra opositores, religiosos e críticos.

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