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Audiência Geral: Papa Francisco adverte sobre a exploração de crianças

A primeira catequese de 2025 foi dedicada pelo Papa às crianças. Como parte do novo ciclo “Jesus Cristo Nossa Esperança”, cuja primeira parte destaca a infância de Jesus, nesta quarta-feira Francisco se concentrou na situação das crianças que são exploradas, feridas e humilhadas pela guerra, trabalho ou abuso.

Foto: Vatican news

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Redação (08/01/2025 06:21, Gaudium Press) “Quem não receber como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele”. Meditando sobre essa passagem do Evangelho segundo São Lucas, o Sumo Pontífice escolheu dedicar a primeira catequese do ano às crianças, durante a audiência geral na Sala Paulo VI, nesta quarta-feira, 8 de janeiro. O Papa, que deu início a um novo órgão curial para a proteção das crianças, alertou em particular sobre o flagelo do trabalho infantil. Francisco lamentou essa prática, que é paradoxal em uma época em que “estamos olhando para outros planetas ou mundos virtuais”.

Crianças humilhadas, exploradas e feridas

“É difícil olhar nos olhos de uma criança marginalizada, explorada e abusada”, disse o Papa, denunciando até que ponto “o século que gera inteligência artificial e concebe existências multiplanetárias ainda não superou a praga da infância humilhada, explorada e mortalmente ferida”. Dentro de três semanas, será realizada no Vaticano uma inédita reunião de cúpula dedicada aos direitos das crianças, intitulada “Vamos amá-las e protegê-las”.

O Sucessor de Pedro baseou suas observações na Sagrada Escritura, lembrando que as crianças são um dom de Deus e as mais amadas do Pai. E pensar no número de crianças que “morrem de fome e pobreza” ou “dilaceradas por bombas” é a mesma imagem da violência de Herodes contra as crianças em Belém. A ONG Save The Children contabiliza 473 milhões de crianças em zonas de guerra atualmente. De acordo com Francisco, esse é um drama profundo que se repete de outras formas ao longo da história.

Trabalho infantil

Apontando as crianças como modelo para os adultos, Jesus rompeu com a tradição que considerava a criança apenas como um objeto passivo, exortando as pessoas a deixarem as crianças virem até ele. “Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos Céus é para aqueles que se lhes assemelham”.

Francisco insistiu sobre o número excessivo de crianças forçadas a trabalhar. “Uma criança que não sorri e não sonha não poderá conhecer nem fazer florescer seus talentos”, lamenta o papa, pensando nas crianças “exploradas por uma economia que não respeita a vida; uma economia que, ao fazê-lo, queima nossa maior reserva de esperança e amor”. A UNICEF estima que 160 milhões de crianças em todo o mundo são forçadas a trabalhar. O Papa, que dedicou sua intenção de oração de janeiro à educação das crianças, nos garante que “qualquer pessoa que prejudique uma criança terá de prestar contas a Deus”.

E concluiu, pedindo “ao Senhor que abra as nossas mentes e corações ao acolhimento e à ternura, e que cada menino e menina possam crescer em idade, sabedoria e graça recebendo e dando amor”.

Com informações Vatican news

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