Angelus: Papa fala da luta entre Deus e o demônio
O adversário ao qual se refere Jesus na Parábola do Joio e do Trigo tem um nome: é o diabo, o opositor por excelência de Deus.
Redação (20/07/2020 09:15, Gaudium Press) A Parábola do joio e do trigo, descrita no Evangelho de São Mateus, inspirou a alocução do Papa Francisco neste XVI Domingo do Tempo Comum, antes da recitação do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro.
Na Praça notava-se um maior número de pessoas que nos domingos anteriores. O número de peregrinos ali presentes tem crescido desde que foram abertas as fronteiras entre os países da União Europeia, em 1º de julho.
Esperar o momento da colheita para arrancar o joio
Na Parábola, Jesus conta que no campo onde foi semeado um bom trigo, surgem ervas daninhas.
Os servidores, então –recordou Francisco– foram até o proprietário perguntar de onde veio o joio: “Foi o inimigo que fez isso”, respondeu.
Os servidores quiseram imediatamente limpar o campo, mas proprietário os advertiu de que haveria o risco de também o trigo ser arrancado junto com as ervas daninhas. Assim, “é preciso esperar o momento da colheita: somente então serão separadas e o joio será queimado”, recomendou ele.
Joio e trigo representam os seres humanos que podem seguir a Deus ou o demônio
Esta é “uma história de bom senso”, disse Francisco:
“Pode-se ler nesta parábola uma visão da história. Ao lado de Deus está o dono do campo que semeia sempre e somente boa semente, há um adversário, que espalha o joio para impedir o crescimento do trigo”.
“O proprietário age abertamente, à luz do sol, –comentou Francisco– e seu objetivo é uma boa colheita; o outro, o adversário, no entanto, tira proveito da escuridão da noite e trabalha por inveja, por hostilidade, para arruinar tudo.
O adversário tem um nome, o adversário ao qual se refere Jesus tem um nome: é o diabo, o opositor por excelência de Deus. Sua intenção é atrapalhar a obra da salvação, fazer com que o Reino de Deus seja obstaculizado por operários iníquos”.
“De fato, a boa semente e o joio representam não o bem e o mal abstratamente, não, mas nós seres humanos, que podemos seguir a Deus ou ao diabo”.
Tolerar sem a hipocrisia que oculta a ambiguidade
Francisco explicou que a intenção dos servidores era de eliminar imediatamente o mal, isto é, as pessoas más, “mas –comenta o Papa– o proprietário é mais sábio, vê mais longe: eles devem saber esperar, porque suportar as perseguições e as hostilidades faz parte da vocação cristã”.
Então, o Pontífice comentou:
“O mal, certamente, deve ser rejeitado, mas os malvados são pessoas com as quais é preciso ter paciência. Não se trata daquela tolerância hipócrita que oculta ambiguidade, mas da justiça mitigada pela misericórdia. Se Jesus veio buscar os pecadores mais que os justos, curar os enfermos antes ainda que os saudáveis, também a nossa ação, seus discípulos, deve ser dirigida para não eliminar os malvados, mas para salvá-los”.
O olhar do Senhor se fixa no bom trigo e o protege entre as ervas daninhas
Em suas palavras, Francisco observou também que “Os servidores querem um campo sem ervas daninhas, o proprietário um bom trigo”. Assim, diz o Pontífice, o Evangelho “apresenta duas maneiras de agir e viver a história: por um lado, o olhar do patrão, que vê longe; por outro, o olhar dos servidores, que veem o problema”:
“O Senhor nos convida a assumir seu próprio olhar, o que se fixa no bom trigo, que sabe protegê-lo mesmo entre as ervas daninhas.
Aqueles que buscam os limites e defeitos de outros não colaboram bem com Deus, mas sim aqueles que sabem reconhecer o bem que cresce silenciosamente no campo da Igreja e da história, cultivando-o até a maturação. E então será Deus, e somente Ele, a recompensar os bons e punir os malvados”, concluiu. (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
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