Ângelus: O Senhor escuta-nos sempre que rezamos
O Papa destacou a disponibilidade e a paciência de Deus para conosco. Deus nunca nos vira as costas quando nos voltamos para Ele, mesmo que cheguemos tarde para bater à sua porta.
Foto: Vatican news
Redação (27/07/2025 17:38, Gaudium Press) O Evangelho proposto pela liturgia deste domingo, 27 de julho, 17º domingo do ano litúrgico C, apresenta Jesus ensinando aos seus discípulos o Pai Nosso, “a oração que une todos os cristãos”. Referindo-se ao Catecismo da Igreja Católica, o Papa destacou que o “Senhor convida a dirigirmo-nos a Deus chamando-lhe “Abbá”, “paizinho”, como crianças, com “simplicidade […], confiança filial, […] ousadia […], certeza de ser amado”.
Citando o Catecismo, Leão XIV observou que “pela oração do Senhor, nós somos revelados a nós próprios, ao mesmo tempo que nos é revelado o Pai. E é verdade: quanto mais confiantes rezamos ao Pai do Céu, tanto mais nos descobrimos filhos amados e tanto mais conhecemos a grandeza do seu amor” (cf. Rm 8, 14-17).
Continuando a sua meditação sobre a segunda parte deste evangelho que descreve “os traços da paternidade de Deus por meio de algumas imagens sugestivas: a de um homem que se levanta no meio da noite para ajudar um amigo a acolher uma visita inesperada; ou a de um pai que tem o cuidado de dar coisas boas aos seus filhos”, o Papa destacou a disponibilidade e a paciência de Deus para conosco, “estas imagens recordam-nos que Deus nunca nos vira as costas quando nos dirigimos a Ele, nem mesmo se chegamos tarde para bater à sua porta, talvez depois de erros, de oportunidades perdidas, de fracassos, nem mesmo se, para nos acolher, Ele tiver de “acordar” os seus filhos que dormem em casa (cf. Lc 11, 7).
No ápice desta reflexão, Leão XIV estabeleceu uma semelhança entre este retrato do “bom pai de família” e a imagem do Pater Familias Ecclesiae, evocando o destino universal do amor de Deus. “Na grande família da Igreja, o Pai não hesita em tornar-nos todos participantes de cada um dos seus gestos de amor. O Senhor escuta-nos sempre que rezamos, e, se por vezes nos responde em momentos e formas difíceis de compreender, é porque age com uma sabedoria e uma providência maiores, que estão para além da nossa compreensão. Por isso, mesmo nestes momentos, não deixemos de rezar; e rezar com confiança: n’Ele encontraremos sempre luz e força”.
Além disso, além da “graça da filiação divina”, o Papa também destacou o compromisso com a fraternidade universal implícito nesta oração. Ao recitar o Pai-Nosso, Leão XIV afirmou: “exprimimos também o nosso compromisso de corresponder a esse dom, amando-nos uns aos outros como irmãos em Cristo. Um dos Padres da Igreja, São Cipriano de Cartago, meditando sobre isto, escreve: ‘Devemos saber e lembrar que, se dizemos que Deus é Pai, precisamos agir como filhos’, e São João Crisóstomo acrescenta: ‘quem conserva um coração cruel e indócil não pode chamar de Pai ao Deus de toda a bondade; pois assim já não possui em si a marca daquela bondade do Pai Celeste’”.
Destes dois excertos, o Papa destacou que “não se pode rezar a Deus como ‘Pai’ e depois ser duro e insensível para com os outros. Pelo contrário, é importante deixarmo-nos transformar pela sua bondade, pela sua paciência, pela sua misericórdia, para refletir o seu rosto no nosso como em um espelho”.
Em seu apelo final, Leão XIV nos exortou “a sentirmo-nos, na oração e na caridade, amados e a amar como Deus nos ama: com disponibilidade, discrição, solicitude recíproca, sem cálculos, e invocou a intercessão de Maria para que, respondendo a este chamado, possamos manifestar “a doçura do rosto do Pai”.
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