Ângelus: as famílias devem ser “luzes de esperança” no mundo
No Ângelus deste domingo, Festa da Sagrada Família, o Papa Leão XIV refletiu sobre como as famílias podem ser uma luz em uma sociedade frequentemente marcada pela solidão, desespero, divisões e conflitos.
Foto: Vatican News/ Vatican Media
Redação (28/12/2025 11:07, Gaudium Press) Após a oração do Angelus, recitada das janelas dos aposentos papais com vista para a Praça de São Pedro, o Sumo Pontífice voltou-se neste domingo, 28 de dezembro, para as leituras bíblicas do dia, começando com a narração da “fuga para o Egito”.
O contexto luminoso do Natal e a sombra inquietante de uma ameaça mortal
O Papa lembrou então que esse episódio marca uma ruptura brutal na alegria do Natal. À luz do presépio, explicou ele, segue-se repentinamente a sombra da ameaça, personificada pelo rei Herodes. Temendo perder seu trono após o anúncio do nascimento do “rei dos judeus”, esse homem, descrito como “cruel e sanguinário”, “obcecado pelo medo de ser destronado”, “decreta a morte de todas as crianças da idade correspondente à de Jesus”. No entanto, segundo o Sumo Pontífice, é em seu reino que “Deus realiza o maior milagre da história, no qual se cumprem todas as antigas promessas de salvação”. Contudo, “ele não consegue ver isso”, porque “está cego pelo medo de perder seu trono, suas riquezas, seus privilégios”.
A Sagrada Família: resposta de Deus
Diante dessa “violência cega”, esta dureza de coração, a Sagrada Família surge como um sinal de oposição radical. Num mundo despótico e ganancioso que o tirano representa, Maria, José e o Menino Jesus tornam-se, segundo o Papa, “o ninho e o berço da única resposta possível de salvação possível: a de Deus que, em total gratuidade, se doa aos homens sem reservas nem pretensões. E o gesto de José que, obediente à voz do Senhor, põe a salvo a Esposa e o Menino, manifesta-se aqui em todo o seu significado redentor”, explicou Leão XIV. Pois é, de fato, no Egito, que cresce a “chama do amor doméstico”, destinada a iluminar o mundo inteiro.
Os “Herodes” de hoje
Infelizmente, “o mundo sempre tem seus ‘Herodes’, seus mitos de sucesso a qualquer custo, de poder inescrupuloso, de bem-estar vazio e superficial”. São todas miragens que deixam solidão, desespero, divisões e conflitos.
Diante dessas miragens, o Papa exortou as famílias cristãs a não deixarem “a chama do amor” se extinguir. Pelo contrário, recomendou, citando as palavras de seu predecessor, o Papa Francisco, em sua homilia na Missa do 10º Encontro Mundial das Famílias, em 25 de junho de 2022: “conservemos nelas os valores do Evangelho: a oração, a frequência aos sacramentos – especialmente a Confissão e a Comunhão –, os afetos saudáveis, o diálogo sincero, a fidelidade, a concretude simples e bela das palavras e dos bons gestos de cada dia. Isso torná-las-á luz de esperança para os ambientes em que vivemos, escola de amor e instrumento de salvação nas mãos de Deus”.
Para concluir, o Papa confiou todas as famílias do mundo à intercessão da Virgem Maria e de São José, pedindo ao Pai Celestial que as abençoe, para que elas cresçam segundo o modelo da família do seu Filho feito homem, e sejam para todos um “sinal eficaz de sua presença e de sua infinita caridade”.




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